SURÚBIA
Cortejar
a classe C é o novo ativo das emissoras de TV no Brasil.
Depois
da novelinha “Cheias de charme”, com um humor tosco e histórias improváveis, o
bairro do Divino e a proximidade com os lixões da vida, eis que vem “Subúrbia”que
contará a história de uma menina que saiu do nada para o lugar nenhum.
E
vão se conformando os integrantes da classe C, pois a visão dos hegemônicos sobre
eles é essa mesma.
Talvez
não passe na garganta ver retratada com luzes coloridas a miséria, a solidão da
mãe solteira, com o seu filho a tiracolo, o catar lixo para sobreviver,os
sonhos não vividos,as dores mal paridas,porque a visão é distorcida.
Vamos
brincar de ser pobre?
Com
as devidas congratulações a quem quer fazer uma proximidade amistosa com a plebe
rude,na vida real não tem os prismas coloridos que a Vênus platinada quer
emprestar, mas a dor é outra e o buraco é mais embaixo.
São
histórias anônimas de dor, sangue e morte, rejeições, fome, fome e fome,não de
cesta básica que não passa,sonhos espatifados no vidro das janelas dos carros
blindados do coronel reciclado e nem por isso, menos perigoso.
E chega
de pensar que a pobreza é negra, a face é escura, porque existem também branquelos com
os olhos mais azuis do que o céu e o mar ,pobrinhos, se entorpecendo com drogas
e esquecendo de viver a vida real, se entregando a pobreza,a miséria,a
hecatombe de NÃO SER e NÃO TER.
Acorda
Brasil, de seu sonho racista que mostra a face da pobreza pintada em cores
marrons e ocultam, sabe Deus porque ,que vieram para cá os imigrantes polacos
que pariram sujeira, dor, morte, violência, e fome, assim como os negrinhos
debaixo da chibata e do tronco construíram o nosso Brasil varonil produziam a mesma coisa.
Acorda
para saber que somos todos nós, pretos e brancos, ricos e pobres,que vamos
dizer “UAU” e vamos derreter com a proximidade do sol ou esfacelar com a
colisão do meteoro que destruiu nossos irmãos dinossauros e que poderá no
destruir no dia 21 de Dezembro de 2012.
Acorda,
de Maia (ilusão) para a vida real em que as surúbias só são feitas em quatro
paredes e como somos meninos e meninas bonzinhos e boazinhas não podemos enfiar
o dedo no nariz e catar tatuzinhos, nem peidar em público,não podemos ficar
exibindo pobreza e tristeza para que a população inteira se conforme e acredite
que os pobres e mal nascidos existem e
consomem tanto quanto os ricos e bem nascidos.
Ah,
a perversidade do capital!
Bem,
depois que a ponta do dedão avançou um pouquinho mais da caverna (Mito de
Platão)e as luzes do saber incidiram sobre o meu intelecto (hohoho) não ligo
mais a TV para assistir novela e achei aquela última, que foi inspirada num anônimo
conto publicado num blog, (pretensão) um porre.
http://pesquisaeeducacao.blogspot.com.br/2010/05/um-amor-na-avenida-ibirapuera.html
publicado em 09/05/2010
http://pesquisaeeducacao.blogspot.com.br/2010/05/um-amor-na-avenida-ibirapuera.html
publicado em 09/05/2010
O
poderoso “eu”,fundido e fodido numa
massa que admite a presença dos pobrinhos, dos pretinhos, dos pardinhos, porque
giram a manivela do capital e tem poder de voto, não quer saber de surúbias.
Quer
o que sempre quis: admirar as obras dos Salvador Dali, dos Michelangelos,dos Leonardos (...da Vinci, mas dando uma
só já é bom ), ler livros malucos que contam a morte do
poderoso Deus, síntese e antítese do poderoso “eu” como Nietzsche, ouvir música
clássica,
sambar
Martinho , tomar vinho vagabundo, porque não pode comprar vinho caro.
Ler
jornais, o primeiro em japonês, enrolados numa caixa de manga , fazer um
canguru perneta anônimo, com um oficializado e rejeitando a presença da uma para esse ato besta,porque as cores do arco íris são só um sonho de criança pobre que
queria pegar o pote de ouro no seu final.BENDITA HETEROSSEXUALIDADE.( Chega de coreto bagunçado).
Homens,
como pernil, nessa baconiana comilança, obrigado,mas sem a maçã enfiada no rabo,
porque esse dildo já indica que o meu alimento preferido gosta de bundos e de bundas..
Nada
de ser gay, ser hetero sem ser homofóbico, e a bendita sexualidade imiscuindo-se
em todas as áreas da vida...
Vamos
fazer uma TV sadia,com pobres e ricos, com pretos e brancos,com gays e com heteros e parem de nos
entupir com a mensagem que os excluídos fazem parte da mesma massa.
Surúbias
só entre quatro paredes...
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