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domingo, 28 de outubro de 2012

Surúbia


SURÚBIA




Cortejar a classe C é o novo ativo das emissoras de TV no Brasil.
Depois da novelinha “Cheias de charme”, com um humor tosco e histórias improváveis, o bairro do Divino e a proximidade com os lixões da vida, eis que vem “Subúrbia”que contará a história de uma menina que saiu do nada para o lugar nenhum.
E vão se conformando os integrantes da classe C, pois a visão dos hegemônicos sobre eles é essa mesma.
Talvez não passe na garganta ver retratada com luzes coloridas a miséria, a solidão da mãe solteira, com o seu filho a tiracolo, o catar lixo para sobreviver,os sonhos não vividos,as dores mal paridas,porque a visão é distorcida.
Vamos brincar de ser pobre?
Com as devidas congratulações a quem quer fazer uma proximidade amistosa com a plebe rude,na vida real não tem os prismas coloridos que a Vênus platinada quer emprestar, mas a dor é outra e o buraco é mais embaixo.
São histórias anônimas de dor, sangue e morte, rejeições, fome, fome e fome,não de cesta básica que não passa,sonhos espatifados no vidro das janelas dos carros blindados do coronel reciclado e nem por isso, menos perigoso.
E chega de pensar que a pobreza é negra, a face é escura, porque existem também branquelos com os olhos mais azuis do que o céu e o mar ,pobrinhos, se entorpecendo com drogas e esquecendo de viver a vida real, se entregando a pobreza,a miséria,a hecatombe de NÃO SER e  NÃO TER.
Acorda Brasil, de seu sonho racista que mostra a face da pobreza pintada em cores marrons e ocultam, sabe Deus porque ,que vieram para cá os imigrantes polacos que pariram sujeira, dor, morte, violência, e fome, assim como os negrinhos debaixo da chibata e do tronco construíram o nosso Brasil varonil produziam a mesma coisa.
Acorda para saber que somos todos nós, pretos e brancos, ricos e pobres,que vamos dizer “UAU” e vamos derreter com a proximidade do sol ou esfacelar com a colisão do meteoro que destruiu nossos irmãos dinossauros e que poderá no destruir no dia 21 de Dezembro de 2012.
Acorda, de Maia (ilusão) para a vida real em que as surúbias só são feitas em quatro paredes e como somos meninos e meninas bonzinhos e boazinhas não podemos enfiar o dedo no nariz e catar tatuzinhos, nem peidar em público,não podemos ficar exibindo pobreza e tristeza para que a população inteira se conforme e acredite que os pobres  e mal nascidos existem e consomem tanto quanto os ricos e bem nascidos.
Ah, a perversidade do capital!
Bem, depois que a ponta do dedão avançou um pouquinho mais da caverna (Mito de Platão)e as luzes do saber incidiram sobre o meu intelecto (hohoho) não ligo mais a TV para assistir novela e achei aquela última, que foi inspirada num anônimo conto publicado num blog, (pretensão) um porre.
http://pesquisaeeducacao.blogspot.com.br/2010/05/um-amor-na-avenida-ibirapuera.html
publicado em 09/05/2010
O poderoso “eu”,fundido e fodido  numa massa que admite a presença dos pobrinhos, dos pretinhos, dos pardinhos, porque giram a manivela do capital e tem poder de voto, não quer saber de surúbias.
Quer o que sempre quis: admirar as obras dos Salvador Dali, dos Michelangelos,dos  Leonardos (...da Vinci, mas dando uma só já é bom  ), ler livros malucos que contam a morte do poderoso Deus, síntese e antítese do poderoso “eu” como Nietzsche, ouvir música clássica,
sambar Martinho , tomar vinho vagabundo, porque não pode comprar  vinho caro.
Ler jornais, o primeiro em japonês, enrolados numa caixa de manga , fazer um canguru perneta anônimo, com um  oficializado e rejeitando a presença da uma  para esse ato besta,porque as cores do arco  íris são só um sonho de criança pobre que queria pegar o pote de ouro no seu final.BENDITA HETEROSSEXUALIDADE.( Chega de coreto bagunçado).
Homens, como pernil, nessa baconiana comilança, obrigado,mas sem a maçã enfiada no rabo, porque esse dildo já indica que o meu alimento preferido gosta de bundos e de bundas..
Nada de ser gay, ser hetero sem ser homofóbico, e a bendita sexualidade imiscuindo-se em todas as áreas da vida...
Vamos fazer uma TV sadia,com pobres e ricos, com pretos e brancos,com gays e com heteros e parem de nos entupir com a mensagem que os excluídos fazem parte da mesma massa.
Surúbias só entre quatro paredes...







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