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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Porque os latinos devem apoiar a reeleição de Obama


Porque os latinos devem apoiar a reeleição de Obama




Preocupo-me com os destinos do mundo. E sinto que apesar do Brasil ter conquistado alguma soberania, ainda é a decisão dos países fortes que traçam alguns rumos do meu país.
A eleição de Mitt Romney trará para os latinos que vivem nos Estados Unidos e para as relações internacionais certos impedimentos que residem na história de vida de Romney.
Uma prova segura disso é a postura do candidato a pessoas americanas pobres que não contribuem para os cofres públicos.
O fato de ele ser mórmon já é um caso a ser pensado. A filosofia mórmon está centrada em papéis sociais bem definidos e bem cristalizados numa hegemonia que atende a hierarquização e a pirâmide social.
Os missionários que recebi em casa mostraram para mim como, parcialmente, se coloca a concepção mórmon de vida: Deus, o Estado, a Igreja, o Homem e a mulher.
A poligamia só deixou de ser realidade por um decreto baixado que impedia os mórmons de praticarem-na.
Em uma entrevista com Lerry King, um apresentador famoso de um programa de entrevistas americano, o atual profeta e Presidente da Igreja, Gordon B. Hinckley disse: “Esta Igreja não tem o que quer que seja com essas pessoas que praticam a poligamia… Eles estão violando as leis civis… Eles não estão somente envolvidos em violação direta das leis civis, mas estão em violação das leis desta Igreja… a Igreja ensina que o casamento precisa ser monogâmico e não aceita como seu membro qualquer pessoa que pratique o casamento plural”.
Quem pratica a poligamia é excomungado? Isso é oficial. Mas as concepções do papel da mulher na sociedade estão enraizadas na cabeça desse homem que quer deter em suas mãos o poder maior;
Há muito se descobriu que as mulheres não devem ser melhores ou superiores aos homens, mas caminhar ao seu lado. E não é exatamente isso que os mórmons preconizam.
As coisas para eles são muito claras. As leis são rígidas e seguidas ao pé da letra.
Quantas adoções foram feitas de crianças brasileiras de mãe solteiras pelas famílias mórmons?
Com relação ao assunto de gravidez inesperada, os lideres da Igreja tem enfatizado a importância de viver uma vida casta e virtuosa e a importância de não ter relações sexuais fora dos laços do casamento. Quando mães solteiras estão sem desejo ou impossibilitadas de se casar, a Igreja encoraja que a criança seja colocada para adoção, mantendo em mente o que é melhor para a criança, para que ela assim possa crescer dentro de uma família com laços estruturados e fortes
Quanta falta de discernimento ao seguir as leis ao pé da letra, sob pena de não praticarem apostasia?
Precisamos de rupturas, de paradigmas de mudança, de transformações.
Em um dos livros mórmons, creio que Doutrinas e Convênios, li que os negros foram excomungados por Deus e os missionários negros que pregam o Livro de Mórmon, foram perdoados e adotados.
A perspectiva do negro, da mulher sofre esse reducionismo e são sempre colocados como subalternos, como inoperantes, como criaturas humanas de menos direitos e mais deveres.
Como uma carta que li hoje no Painel do Leitor da Folha de São Paulo a respeito do voto do relator. O relator Joaquim não deve esbravejar, porque se ele acha que está num lugar em que todos são unânimes a ele, está no lugar errado.
Filtro esse discurso: um negro no lugar errado.
Eu, como negra, ou mulata, recebi várias vezes por parte de uma professora de Metodologia de Matemática (os professores também são agentes do preconceito), que eu era uma pessoa errada num lugar errado.
E foi graças a uma postura firme e gentil de um professor de metodologia de Ciências que eu consegui vencer essas dores depreciativas e terminar meu Curso.
Se hoje posso escrever as minhas ideias é porque em um momento da minha história de vida alguém me deu um pouco de liberdade.
E se eu entrar numa máquina de tempo e visitar a minha tataravó, a verei servindo, como escrava, brancos que se acham superiores e não o são, já que a nossa matriz antropológica reside numa mulher  negra.
O espécime analisado, uma fêmea, vivia onde hoje é a Etiópia 1 milhão de anos antes do nascimento de Lucy (estudado por muito tempo como o mais antigo esqueleto de ancestral humano).

 Fontes para a postagem:



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