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domingo, 22 de julho de 2012

A NORMATIZAÇÃO DA TAXA DE NATALIDADE NO BRASIL, NO PERÍODO MILITAR





Em 1968, o Presidente do Banco Mundial visitou o Brasil e se disse contrário ao aumento da taxa de natalidade no Brasil e nos outros países subdesenvolvidos e isso gerou mal estar nas alas conservadoras ( PRIORE, P.195, 2011).
A postura da Igreja Católica mediante a essa explosão demográfica sempre foi a de senão estimular, tolerar o crescimento das famílias desfavorecidas economicamente.
Na encíclica Humanae Vitae, o Papa Paulo VI condenava o controle governamental sobre a taxa de natalidade e só aceitava a abstinência sexual como controle contraceptivo.
As providências tomadas pelos países controladores a quem o Brasil sempre foi submisso foi o de instalar no Brasil um órgão chamado IPPF, International Planning Parenthood Federation, que financiou, a partir de 1965, a Bemfam, Sociedade do Bem Estar Social e Familiar.
A matéria da revista Veja, em Outubro de 1968, foi o de discutir o uso da pílula anticoncepcional entre as mulheres pobres.
A adoção do comprimido entre algumas mulheres era quase como um tabu, como Mariana, autoras de vários abortos, que usava tampões de água oxigenada para evitar a gravidez, sintetizou o não uso do método contraceptivo com a seguinte frase:
“Dentro de mim ninguém mexe”.
Nessa época, apenas 19% das mulheres brasileiras utilizavam a pílula.
A comercialização do remédio começou em 1962. Algumas frases de autoridades religiosas:
D.Aloísio Lorscheider, declarou inconformado:
“É um desastre, uma injustiça com os pobres, é o fim do país. Esterilização é castração.”
D. Luciano Mendes de Almeida, secretário geral da CNBB,afirmou, reagindo a essa socialização do uso da pílula entre a camada pobre da população:
“Dar pílulas a mulheres desinformadas, pobres e desassistidas é um ato criminoso”.
Com a implantação da distribuição das pílulas anticoncepcionais, de forma lenta e gradual, foram liberando-se outros métodos contraceptivos: a vasectomia e a laqueadura de trompas.
Alguns segmentos sociais apregoam que “hoje só fica grávida quem quer”.
Mas o acesso a meios contraceptivos ainda é difícil.
A diminuição de cesarianas nos Hospitais públicos conveniados pelo SUS, por razões financeiras, impedem mulheres jovens que já tem de um a quatro filhos se esterilizarem. Isso aumenta a taxa de mortalidade entre as mães, pois a cesariana é um método invasivo.
Nos postos de Saúde, o acesso a pílulas gratuitas só é possível com receita médica e em algumas regiões do País faltam médicos ginecologistas.
Em 1998, o Laboratório Schering distribuiu pílulas de farinha e foi responsável direto por mais de 200 nascimentos não planejados.
Segundo fontes da Revista Veja, só indenizou oito famílias e os demais processos continuam tramitando.
A taxa de aborto no País entre as adolescentes de 15 a 19 anos está na ordem de 3 milhões por ano, segundo a Agência de notícias Word  Press.
A reportagem da Revista eletrônica Fantástico hoje, dia 22 de Julho, vai mostrar a forma como são tratados os internos de uma Instituição de abrigo de menores infratores.
Imagino que tanto a Igreja quanto o Estado não devem focar as despesas de Bancos Internacionais para o auxílio de países em desenvolvimento.
Devem-se enfatizar as condições de vida miseráveis que os filhos de famílias desestruturadas enfrentam, abrangendo o lado humano da questão.
Mulheres sem destino, como afirmou Marta Suplicy, na Folha de São Paulo.
Mais do que isso, são crianças sem futuro, nem perspectiva de vida.
Esse descontrole é triste e lamentável. Uma mancha vergonhosa na história do País, na história de todos nós.
Fonte: PRIORE, Del Mary, “Histórias da vida íntima”- Editora Planeta, 2011;
OMS, Word Press, “Aborto em Debate”



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