Em 1968, o Presidente do Banco Mundial visitou o Brasil e se
disse contrário ao aumento da taxa de natalidade no Brasil e nos outros países
subdesenvolvidos e isso gerou mal estar nas alas conservadoras ( PRIORE, P.195,
2011).
A postura da Igreja Católica mediante a essa explosão
demográfica sempre foi a de senão estimular, tolerar o crescimento das famílias
desfavorecidas economicamente.
Na encíclica Humanae
Vitae, o Papa Paulo VI condenava o controle governamental sobre a taxa de
natalidade e só aceitava a abstinência sexual como controle contraceptivo.
As providências tomadas pelos países controladores a quem o
Brasil sempre foi submisso foi o de instalar no Brasil um órgão chamado IPPF, International Planning Parenthood
Federation, que financiou, a partir de 1965, a Bemfam, Sociedade do Bem
Estar Social e Familiar.
A matéria da revista Veja, em Outubro de 1968, foi o de
discutir o uso da pílula anticoncepcional entre as mulheres pobres.
A adoção do comprimido entre algumas mulheres era quase como
um tabu, como Mariana, autoras de vários abortos, que usava tampões de água
oxigenada para evitar a gravidez, sintetizou o não uso do método contraceptivo com
a seguinte frase:
“Dentro de mim ninguém mexe”.
Nessa época, apenas 19% das mulheres brasileiras utilizavam
a pílula.
A comercialização do remédio começou em 1962. Algumas frases
de autoridades religiosas:
D.Aloísio Lorscheider, declarou inconformado:
“É um desastre, uma injustiça com os pobres, é o fim do país.
Esterilização é castração.”
D. Luciano Mendes de Almeida, secretário geral da
CNBB,afirmou, reagindo a essa socialização do uso da pílula entre a camada
pobre da população:
“Dar pílulas a mulheres desinformadas, pobres e
desassistidas é um ato criminoso”.
Com a implantação da distribuição das pílulas anticoncepcionais,
de forma lenta e gradual, foram liberando-se outros métodos contraceptivos: a
vasectomia e a laqueadura de trompas.
Alguns segmentos sociais apregoam que “hoje só fica grávida
quem quer”.
Mas o acesso a meios contraceptivos ainda é difícil.
A diminuição de cesarianas nos Hospitais públicos
conveniados pelo SUS, por razões financeiras, impedem mulheres jovens que já
tem de um a quatro filhos se esterilizarem. Isso aumenta a taxa de mortalidade
entre as mães, pois a cesariana é um método invasivo.
Nos postos de Saúde, o acesso a pílulas gratuitas só é
possível com receita médica e em algumas regiões do País faltam médicos
ginecologistas.
Em 1998, o Laboratório
Schering distribuiu pílulas de farinha e foi responsável direto por mais de 200
nascimentos não planejados.
Segundo fontes da Revista
Veja, só indenizou oito famílias e os demais processos continuam tramitando.
A taxa de aborto no
País entre as adolescentes de 15 a 19 anos está na ordem de 3 milhões por ano,
segundo a Agência de notícias Word
Press.
A reportagem da Revista
eletrônica Fantástico hoje, dia 22 de Julho, vai mostrar a forma como são
tratados os internos de uma Instituição de abrigo de menores infratores.
Imagino que tanto a
Igreja quanto o Estado não devem focar as despesas de Bancos Internacionais
para o auxílio de países em desenvolvimento.
Devem-se enfatizar as
condições de vida miseráveis que os filhos de famílias desestruturadas
enfrentam, abrangendo o lado humano da questão.
Mulheres sem destino,
como afirmou Marta Suplicy, na Folha de São Paulo.
Mais do que isso, são
crianças sem futuro, nem perspectiva de vida.
Esse descontrole é
triste e lamentável. Uma mancha vergonhosa na história do País, na história de
todos nós.
Fonte: PRIORE, Del Mary,
“Histórias da vida íntima”- Editora Planeta, 2011;
OMS, Word Press, “Aborto
em Debate”
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