A ética do amor cuidado
O modo feminino de cuidado
Porque precisamos proteger ao invés de destruir
No 7º Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso, do
Instituto ECOFuturo, o meu aluno inscreveu sua história do “Livro Mágico”.
Cuidei para que sua memória não fosse perdida e que a sua
inventividade fosse preservada para motivar os outros e as outras a criarem
suas próprias histórias, a colocarem um tijolinho que fosse ao Patrimônio
cultural do Brasil.
Depois, por razões políticas e de abuso de autoridade não
pude continuar a lecionar na mesma turma, não me desvencilhei da ternura que
esse gesto me proporcionou.
Entendi que, ao cuidar dos meus alunos para que produzam histórias,
eles estão cuidando de mim, porque consideram a minha trajetória, obedecem as minhas sugestões.
Eles e elas constroem
a minha Identidade de Profissional da Educação e seus gestos são grandiosos,
pois contribuem para mim e para eles mesmos.
Não acredito na aula expositiva, onde o professor passa o
conteúdo de forma inexpressiva e os alunos e alunas apenas concordam com
meneios de cabeça.
Acredito em aulas vivas, onde há controvérsias, onde os
alunos possam, com seu conhecimento prévio, reestruturar o conteúdo,
ressignificando-o.
.
.
E pude fazer minhas as palavras do autor João Mendes de
Juazeiro do Norte:
“Sigo em busca de gestos poéticos, tenho a pretensão de
eternizar as diversas coisas que o cotidiano trazem e que são deliciosas.”
A minha retórica é assim:
“...Sigo em busca de gestos poéticos,para que a beleza do
efêmero não seja destruída e comungada com as almas simples e sinceras que
(ainda) se alimentam do amor e da ternura.”
Para o aluno e aluna, o que eles e elas produziram tem muito
significado: deve ser valorizado e divulgado.
Assim são algumas professoras e professores que encontrei
pela vida afora. Ao me darem a oportunidade de me expressar,de ressiginificar,
de contestar, de me expor,me deram a oportunidade de me construir com
consciência de que a palavra é vida.
E que a palavra cura, conforta, destrói emata.
Palavra voando as cegas e com as asas danificadas não chega
aonde se espera.
Fonte: Instituto ECO Futuro MEC 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário