Vila Mulher

Blog VilaMulher
O Portal da Mulher

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O mistério da Consciência


O Mistério da Consciência: Sentir e conhecer




Quem busca a amplitude do conhecimento humano, ativando os recursos da sua consciência ou do seu Self, percebe, que como nos lembra Damásio, (2000), que partindo da consciência central, que é a nossa matriz, onde o sentir e o conhecer estão em seu estado primitivo, a consciência ascende por uma linha espiral (para) a consciência elevada e que nos dá um panorama geral sobre nós e nossa gênese.
Para ser cientista, uma prerrogativa essencial é de buscar uma base comum da razão e da existência das coisas a partir de dados exatos e concretos.
O aporte que se busca são os dados empíricos.
 Partindo de um dado empírico, sei  que a Consciência está além desse invólucro de carne que nos envolve que denominamos de corpo.
Tal fato não está envolvido com nenhuma linha kardecista ou busca de espiritualidade específica, sem menosprezar esse campo de conhecimento.
Está no real, no que o meu aparato orgânico e sensorial captou.
Quando eu estive em coma durante 13 dias, a minha consciência se desprendeu em parte do meu corpo e estive muito perto de viver sem esse veículo corpóreo.
Além daquele momento, em que se atravessa um túnel longo e em rodamoinho, com uma claridade no final, e a vida passa como um filme, está o ver-se separada da matéria, refletir sobre o sentido e a razão daquele corpo sobre uma cama, ligado a tantos aparelhos para mante-lo vivo.
A consciência expandida que está em todos os lugares, a comunicação mental, através de ondas sonoras e interações com  outras consciências, que não me permito citar, já que não quero transformar esse texto em um apelo místico e salvacionista.
A liberdade desse estar longe de limitações orgânicas, inclusive o da ruptura de laços terrenos.
O de saber-se alma, essência, eterna. O de permitir-se renunciar ao patrimônio das coisas pequenas, terrenas;
A liberdade que me tomou a consciência era tão plena que eu não queria retornar para meu corpo limitado,ferido, inerte.
Mas existe uma Lei superior a vontade humana, da qual não citarei porque não existem dados científicos suficientes  para me referir a ela.
O mistério da consciência humana, razão e vontade, consciência central e ampliada, Identidade construída passa além dos limites da Ciência Humana.
Estou buscando seus saberes, estou em contato permanente com seus eruditos.
Mas há um conhecimento prévio, há dados empíricos que independem de frequentar centros de ensino, Universidades.
As Universidades, os livros, estruturam e ordenam as minhas experiências.
O “Conhece-te a ti mesmo” de Sócrates, fica delineado e expandido.
A busca religiosa também dá contribuições e se eu não encontrei a Verdade, encontrei setas que me aproximam delas.
O mistério da consciência humana se resume em um fragmento mórmon:
Há um véu que nos é colocado, para adormecer a nossa consciência,  da vida que escolhemos aqui, das pessoas que decidimos ser irmãos e irmãs de missão e de caminhada.
Uma consciência de nós mesmos em outros planos e dimensões,sob outros valores.
 O plano começa com a nossa existência pré-mortal, ou a vida que vivíamos antes de vir para a Terra. Os Mórmons acreditam que vivemos antes de vir à Terra com nosso Pai Celestial como espíritos que Ele havia criado. Nós éramos felizes lá, mas precisávamos progredir e crescer mais. Então o Pai Celestial nos apresentou o plano o qual viríamos para um mundo físico que seria criado – a Terra – onde poderíamos ter um corpo físico para abrigar o nosso espírito e onde poderíamos crescer através de nossas próprias experiências. Essa vida terrena nos traria dificuldades, mas precisávamos de um lugar para ser testados e para sermos provados para nosso Pai Celestial.

 Em outro plano, uma linguagem poética revela o meu intimo sem que eu tenha escrito sobre o assunto.
Dize:  
O vento do meu espírito  
soprou sobre a vida.  
E tudo que era efêmero se desfez.  
E ficaste só tu, que és eterna ...  
 Não queiras ter pátria.  
Não dividas a Terra.  
Não dividas o Céu.  
Não arranques pedaços ao mar.  
Não queiras ter.  
Nasce bem alto,  
Que as coisas todas serão tuas.  
Que alcançarás todos os horizontes.  
Que o teu olhar, estando em toda parte  
Te ponha em tudo,*  
Como Deus.  

* verso-base: Estarás em tudo, 
II  Não sejas o de hoje.  
Não suspires por ontens ...  
Não queiras ser o de amanhã.  
Faze-te sem limites no tempo.  
Vê a tua vida em todas as origens.  
Em todas as existências.  
Em todas as mortes.  
E sabe que serás assim para sempre.  
Não queiras marcar a tua passagem.  
Ela prossegue:  
É a passagem que se continua.  
É a tua eternidade ...  
É a eternidade.  
És tu. 
III  Não digas onde acaba o dia.  
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs. 
 
As palavras do mundo.  
Não digas onde começa a Terra,  
Onde termina o céu.  
Não digas até onde és tu.  
Não digas desde onde é Deus.  
Não fales palavras vãs.  
Desfaze-te da vaidade triste de falar.  
Pensa, completamente silencioso.  
Até a glória de ficar silencioso,  
Sem pensar. 
IV  Adormece o teu corpo com a música da vida.  
Encanta-te.  
Esquece-te.  
Tem por volúpia a dispersão.  
Não queiras ser tu.  
Quere ser a alma infinita de tudo.  
Troca o teu curto sonho humano  
Pelo sonho imortal.  
O único.  
Vence a miséria de ter medo.  
Troca-te pelo Desconhecido.  
Não vês, então, que ele é maior?  
Não vês que ele não tem fim?  
Não vês que ele és tu mesmo?  
Tu que andas esquecido de ti?*  

*verso-base: Tu que te esqueceste de ti? 
 Esse teu corpo é um fardo.  
É uma grande montanha abafando-te.  
Não te deixando sentir o vento livre  
Do Infinito.  
Quebra o teu corpo em cavernas  
Para dentro de ti rugir  
A força livre do ar.  
Destrói mais essa prisão de pedra.  
Faze-te recepo.  
Âmbito.  
Espaço.  
Amplia-te.  
Sê o grande sopro  
Que circula...  
VI  Tu tens um medo:  
Acabar.  
Não vês que acabas todo o dia.  
Que morres no amor.  
Na tristeza.  
Na dúvida.  
No desejo.  
Que te renovas todo o dia.  
No amor.  
Na tristeza.  
Na dúvida.  
No desejo.  
Que és sempre outro.  
Que és sempre o mesmo.  
Que morrerás por idades imensas.  
Até não teres medo de morrer.  

E então serás eterno.  
VII  Não ames como os homens amam.  
Não ames com amor.  
Ama sem amor.  
Ama sem querer.  
Ama sem sentir.  
Ama como se fosses outro.  
Como se fosses amar.  
Sem esperar.  
Por não esperar.  
Tão separado do que ama, em ti,  
Que não te inquiete  
Se o amor leva á felicidade,  
Se leva á morte,  
Se leva a algum destino.  
Se te leva.  
E se vai, ele mesmo...  
XVIII  Os teus ouvidos estão enganados.  
E os teus olhos.  
E as tuas mãos.  
E a tua boca anda mentindo  
Enganada pelos teus sentidos.  
Faze silêncio no teu corpo.  
E escuta-te.  
Há uma verdade silenciosa dentro de ti.  
A verdade sem palavras.  
Que procuras inutilmente,  
Há tanto tempo,  
Pelo teu corpo, que enlouqueceu.  
 Este é o caminho de todos que virão.  
Para te louvarem.  
Para não te verem.  
Para te cobrirem de maldição.  
Os teus braços são muito curtos.  
E é larguíssimo este caminho.  
Com eles não poderás impedir  
Que passem, os que terão de passar,  
Nem que fiques de pé,  
Na mais alta montanha,  
Com os teus braços em cruz.  
XI  Vê formaram-se sobre todas as águas  
Todas as nuvens.  
Os ventos virão de todos os nortes.  
Os dilúvios cairão sobre os mundos.  
Tu não morrerás.  
Não há nuvens que te escureçam.  
Não há ventos que te desfaçam.  
Não há águas que te afoguem.  
Tu és a própria nuvem.  
O próprio vento.  
A própria chuva sem fim...  
XII  Não fales as palavras dos homens.  
Palavras com vida humana.  
Que nascem, que crescem, que morrem.  
Faze a tua palavra perfeita.  
Dize somente coisas eternas.  
Vive em todos os tempos  
Pela tua voz.  
Sê o que o ouvido nunca esquece.  
Repete-te para sempre.  
Em todos os corações.  
em todos os mundos.  
XIII  Renova-te.  
Renasce em ti mesmo.  
Multiplica os teus olhos, para verem mais.  
Multiplica os teus braços para semeares tudo.  
Destrói os olho que tiverem visto.  
Cria outros, para as visões novas.  
Destrói os braços que tiverem semeado,  
Para se esquecerem de colher.  
Sê sempre o mesmo.  
Sempre outro.  
Mas sempre alto.  
Sempre longe.  
E dentro de tudo.  
XIV  Eles te virão oferecer o ouro da Terra.  
E tu dirás que não.  
A beleza.  
e tu dirás que não.  
O amor.  
E tu dirás que não, para sempre.  
Eles te oferecerão o ouro d'além da Terra.  
E tu dirás sempre o mesmo.  
Porque tens o segredo de tudo.  
E sabes que o único bem é o teu.  
XV  Não queiras ser.  
Não ambiciones.  
Não marques limites ao teu caminho.  
A Eternidade é muito longa.  
E dentro dela tu te moves, eterno.  
Sê o que vem e o que vai.  
Sem forma.  
Sem termo.  
Como uma grande luz difusa.  
Filha de nenhum sol.  
XVI  Tu ouvirás esta linguagem,  
Simples,  
Serena,  
Difícil.  
Terás um encanto triste.  
Como os que vão morrer,  
Sabendo o dia...  
Mas intimamente  
Quererás esta morte,  
Sentindo-a maior que a vida.  
XVII  Perguntarão pela tua alma.  
A alma que é ternura,  
Bondade,  
Tristeza,  
Amor.  
Mas tu mostrarás a curva do teu vôo  
Livre, por entre os mundos...  
E eles compreenderão que a alma pesa.  
Que é um segundo corpo,  
E mais amargo,  
Porque não se pode mostrar,  
Porque ninguém pode ver...  
XII  Quando os homens na terra sofrerem  
Sofrimento do corpo,  
Sofrimento da alma,  
Tu não sofrerás.  
Quando os olhos chorarem  
E as mãos se quebrarem de angústia  
E a voz se acabar no rogo e na ameaça,  
Quando os homens viverem,  
Tu não viverás.  
Quando os homens morrerem na vida,  
Quando os homens nascerem na morte,  
Na vida e na morte nunca mais*  
Nunca mais tu não morrerás.**  

*verso-base:Nem na vida nem na morte  
**verso-base:Tu não morrerás. 
XIX  Não tem mais lar o que mora em tudo.  
Não há mais dádivas  
Para o que não tem mãos.  
Não há mundos nem caminhos  
Para o que é maior que os caminhos  
E os mundos.  
Não há mais nada além de ti.  
Porque te dispersaste...  
Circulas em todas as vidas  
Pairas sobre todas as coisas  
e todos te sentem  
Sentem-te como a si mesmos  
E não sabem falar de ti.  
XX  Não digas que és dono.  
Sempre que disseres  
roubas-te a ti mesmo.  
Tu, que és senhor de tudo...  
Deixa os escravos rugirem,  
Querendo.  
Inutiliza o gesto possuidor das mãos.  
Sê a árvore que floresce  
Que frutifica  
E se dispersa no chão.  
Deixa os famintos despojarem-te.  
Nos teus ramos serenos  
Há florações eternas  
E todas as bocas se fartarão.  
XXI  O teu começo vem de muito longe.  
O teu fim termina no teu começo.  
Contempla-te em redor.  
Compara.  
Tudo é o mesmo.  
Tudo é sem mudança.  
Só as cores e as linhas mudaram.  
Que importa as cores, para o Senhor da Luz?  
Dentro das cores a luz é a mesma.  
Que importa as linhas, para o Senhor do Ritmo?  
Dentro das linhas o ritmo é igual.  
Os outros vêem com os olhos ensombrados.  
Que o mundo perturbou,  
Com as novas formas.  
Com as novas tintas.  
Tu verás com os teus olhos.  
Em sabedoria.  
E verás muito além.  
XXII  Não busques para lá.  
O que é, és tu.  
Está em ti.  
Em tudo.  
A gota esteve na nuvem.  
Na seiva.  
No sangue.  
Na terra.
E no rio que se coalhou em mundo. 
 
Tu tiveste um destino assim.  
Faze-te à imagem do mar.*  
Dá-te à sede das praias  
Dá-te à boca azul do céu  
Mas foge de novo à terra.  
Mas não toques nas estrelas.  
Volve de novo a ti.  
Retoma-te.  

*verso-base: procura o mar. 
XXIII  Não faças de ti  
Um sonho a realizar.  
Vai.  
Sem caminho marcado.  
Tu és o de todos os caminhos.  
Sê apenas uma presença.  
Invisível presença silenciosa.  
Todas as coisas esperam a luz,  
Sem dizerem que a esperam.  
Sem saberem que existe.  
Todas as coisas esperarão por ti,  
Sem te falarem.  
Sem lhes falares.  
XXIV   Não digas: Este que me deu corpo é meu Pai.  
Esta que me deu corpo e minha Mãe.  
Muito mais teu Pai e tua Mãe são os que te fizeram  
Em espírito.  
e esses foram sem número.  
Sem nome.  
De todos os tempos.  
Deixaram o rastro pelos caminhos de hoje.  
Todos os que já viveram.  
E andam fazendo-te dia a dia  
Os de hoje, os de amanhã.  
E os homens, e as coisas todas silenciosas.  
A tua extensão prolonga-se em todos os sentidos.  
O teu mundo não tem pólos.  
E tu és o próprio mundo.  
XXV  Sê o que renuncia  
Altamente:  
Sem tristeza da tua renúncia!  
Sem orgulho da tua renúncia!  
Abre a tua alma nas tuas mãos  
E abre as tuas mãos sobre o infinito.  
E não deixes ficar de ti  
Nem esse último gesto!  
XXVI  O que tu viste amargo,  
Doloroso,  
Difícil,  
O que tu viste breve,  
O que tu viste inútil  
Foi o que viram os teus olhos humanos,  
Esquecidos...  
enganados...  
No momento da tua renúncia  
Estende sobre a vida  
Os teus olhos  
E tu verás o que vias:  
Mas tu verás melhor...  









Nenhum comentário: