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domingo, 1 de abril de 2012

Centro de Referência para o atendimento psiquiátrico

Bem, estou ferrada.
Já pensou se eu pirar como o estudante outro dia que morreu de tanto estudar?
Até o meu blog é mais divertido.
Mas tenho seguir temáticas de pesquisa até Terça- Feira e que Deus me ajude.

Fonte:http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18n3/09.pdf



A Interface entre as Políticas Públicas de Saúde 
Mental e Promoção da Saúde

Eixo Temático: Políticas Públicas, Definição e Interfaces

Ainda que esse documento possa, através desse referencial acenar com a possibilidade de empoderar os pacientes que sofrem transtornos psíquicos e conceitualizar um rumo que perspassa a ideia de saúde e não de doença, utilizando prerrogativas do senso comum ao qual Boaventura  nos induz a praticar,a saúde pública no Brasil é um caos completo e eu gostaria  que na minha Prova de Mestrado em Psicologia,me fosse proposto dissertar sobre as soluções do problema da saúde pública e não esse viés de empoderamento dos sujeitos que constituem a clientela dos hospitais psiquiátricos.
A primeira palavra que eu utilizaria seria Misericórdia.
Certa vez, ouvi dois alunos de Psiquiatria de uma conceituada Universidade falando sobre “os loucos”que cuidavam.
A falta de amor por aquelas pessoas me doeu na alma.
Alinhavando o texto que me serve de base, já as autoras falam de fragilidades na UBS de São Paulo.
Ao mesmo tempo,citam esse trecho aqui que já me animou a prosseguir na leitura do texto:

Em contrapartida, verificamos que um dos serviços
que compõem essa rede de atenção em saúde mental no
território estudado, o Centro de Convivência e Cooperativa (CECCO), de forma coerente às ações e iniciativas
da política de saúde mental do SUS, desenvolve estratégias de cuidado no sentido de fortalecer os laços de
inclusão social dos sujeitos portadores de sofrimento
psíquico, buscando parcerias para desenvolver ações
de saúde pautadas pela integralidade - pela vertente do
trabalho, da cultura, do lazer, da convivência - e, portanto, operando através da intersetorialidade, diretriz
essencial da promoção da saúde.Este trabalho busca desenvolver uma discussão entre
saúde mental e promoção da saúde, sendo oriundo de
pesquisa realizada em um Distrito de Saúde do município de São Paulo, em 2006, na qual buscávamos
caracterizar o atendimento de saúde mental de certo
território (Caçapava e Colvero, 2008).
Na ocasião, observamos as fragilidades das Unidades Básicas de Saúde (UBS) na articulação com os
equipamentos sociais do território e com a comunidade, ou seja, na construção e na operacionalização de
uma rede de atenção de base comunitária em saúde
mental, que deve ser constituída, além dos serviços
de saúde, de equipamentos jurídicos, de lazer, cultura,
educação, trabalho etc.
As autoras continuam dizendo que as ações intersetoriais e o alinhamento do CECCO a promoção da saúde proporcionou a elas a reflexão sobre as interações entre saúde mental e promoção da saúde.
O ponto principal que se delineou nesse texto foi o de referir-se a Conferência Nacional de Saúde Mental: cuidar sim, excluir não.
E as autoras pontuam a ética do cuidado que me lembra Carol Gilligan que será assunto do meu próximo post.
O SUS (Sistema Único de Saúde) reconhece a necessidade de cidadania e que pontuam que não é possível pensar em Saúde com bases restritas.
Importante verificar que,segundo Salum et all, (1996),a consciência de se reconhecer as necessidades de saúde da coletividade,em outros parágrafos pensar na saúde do trabalhador,pensar no indivíduo e sua família que fazem rodar as pás da sociedade  mesmo sendo ela capitalista.
Na minha crítica, imagino que só o reconhecer, por si só, não vai mudar e sim,a implantação de políticas públicas, que visem e focalizem o sujeito real,o deficiente que falece nas filas de hospitais psiquiátricos tratado pior do que objeto.
Sei que isso é senso comum, mas Maturana,Varella, Morin, Santos Souza e Lemos pontuam a necessidade de termos além do pensamento  complexo, e das bases que nos constituem e que constituímos,voltar ao simples, aos pressupostos originais que nortearam os passos dos nossos ancestrais,e embora essa mensagem não foi de todo apreendida,posso apenas resumir minha conclusão com uma fala de Boaventura: um pensamento consciente para uma vida decente.
O que se busca, no dizer das autoras é tratar o doente mental sem estigmatizá-lo.
...”Podemos dizer que a autonomia, enquanto necessidade de saúde no campo da saúde mental, só será produzida se houver estratégias de ação que caminhem ao encontro da história de vida dos portadores de sofrimento psíquico, da reconstrução de sua identidade, da valorização de suas individualidades, do reconhecimento dos seus direitos humanos (Amarante e Guljor, 2005; Pasquale, 2000)”.
Dentro de um mesmo viés, sobressai a necessidade de lembrarmos que as causas do processo saúde-doença,a mortalidade infantil, o abandono do idoso e da idosa,a prostituição,o tráfico de drogas, a  homofobia,tem sua origem na perversidade de um sistema que vigia,controla e pune,praticando o desemprego voraz e a previsível reengenharia em nome de uma sociedade de lucro que visa o controle de qualidade, as ISO não sei o que da vida,moendo gente nas suas engrenagens.
CECCO (Centro de Convivência e Cooperativa),é o nome da Instituição onde as autoras realizaram a pesquisa.
...”O CECCO é conhecido por subverter os padrões conhecidos e clássicos de se executar saúde, introduzindo as artes, o artesanato, o esporte, como linguagens que redesenham possibilidades de reabilitação psicossocial, já que a arte, a convivência e o trabalho cooperado aglutinam, em grupos heterogêneos, interesses, e não diagnósticos, buscando reinventar contratos nas relações humanas e institucionais, não mais sob a égide da doença e da tutela (Lopes, 1999);”.
Essa atitude da Instituição vai além de oferecer um atendimento que descentraliza a hegemonia do pseudo poder que traz a Psiquiatria fria na pessoa  do seu representante,o psiquiatra desumano.
Uma nova crítica se redesenha: as entrevistadoras não ouviram a opinião dos doentes ou de seus familiares.
Alguma coisa ficou por completar, pois sempre nessas instituições ficam ações que parecem belas e justas, mas existe outro mundo formigando por baixo dessa situação.
Ainda assim,pela fala do coordenador resta a esperança:
...”Os CECCO foram criados para dar, na verdade,
inclusão, resgate da cidadania, da convivência,
                               porque essas pessoas, com o tempo, com a cronificação, por serem internadas várias vezes, perdiam
essa rede social, então ficavam com uma rede social
bastante estilhaçada; por isso os CECCOs foram
criados em espaço público, por excelência, parques,
centros esportivos... (coordenador do CECCO).







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