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domingo, 25 de março de 2012

Prosa,poesia e imaginação


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A moça procurava alguém com quem pudesse compartilhar a poeira dos seus sonhos, a gramática perfeita substantivada.
Procurava, mesmo sem querer ou saber um complemento para sua alma intensa e aos rodeios e cantigas, remava o seu barco pelo rio da vida , encalhando em algumas praias que  teimavam em oferecer obstáculos para sua heroica travessia.
Eros apontou uma seta para um coração de amor ágape que sublimava seus impulsos num derramamento inconsciente de virtudes.
E assim,entre sonhos e poesias, esses mais intangíveis do que as primeiras,encontrou duendes que a tiraram do caminho,ocultando a alma perfeita do seu já amado consorte.
Sem sorte, foi arremessada na terra nua,presa pelos grilhões da imperfeição humana, vendo refletido nele,em sua face, a sua própria incompletude.
Sem ar, desencantou-se completamente daquele que lhe pareceu perfeito e recolheu-se em sua imperfeição, com a Âncora quebrada nas mãos.
Sonhou lindamente, e ele, presente mais do que perfeito, distribuía pela casa frases bobas escritas em pequenos pedaços de papel, declarando que amava e que a  esperaria para um perfeito ballet de almas gêmeas.
Descuidadamente, riu-se, e não percebeu que a sua risada irresponsável atraía o olhar do duende que estilhaçou o seu espelho sonho em mil pedaços.



Ele, com a alma sangrando pela maldade da atitude dela, nem ágape, nem Eros, retirou-se ferido de morte.
E ela, acordada ,em plena segunda  real feira,descobriu-se má,como toda mulher ,e em prantos convulsivos bebeu um gole de chá e tirou um biscoito da sorte que lhe prometia vagamente.
Deixe-o voar, o que é teu volta para você.




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