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domingo, 18 de março de 2012

Aceitar o outro e a sua tonelada de repolho


A aceitação do outro




Maturana e Varella chamam a aceitação do outro como “amor”. Chamam a atenção de que a nossa liberdade de ser e estar devem conviver harmoniosamente com a liberdade de ser e estar do outro.
Respeitá-lo, respeitar o seu ponto de vista, pois se a nossa origem comum é a nossa condição humana em tudo somos diferentes.
Eles terminam o livro contando uma história sobre um sujeito que ao abandonar a ilha em que vivia com seus semelhantes , se preocupava em levar uma tonelada de repolho.
Para uns, a tonelada de repolho seria uma carga inútil e fedida, (ideia minha, a do fedor, pois tal alcunha me persegue nesse tenebroso inverno da pobreza x falta de higiene, que é fictícia).
Para esse ser, a tonelada de repolho era imprescindível.
O repolho era o seu alimento.
Interessante é a forma como os autores nos levam a pensar na incompletude e na fragilidade da nossa teia de relações.
Colocamos na nossa vida o princípio da regularidade. Levantar, tomar banho e café, sair para trabalhar, criar os filhos, fazer supermercado.A vida é irregular,é caótica.
 As coisas podem mudar.
A unicidade do ser humano, o acoplamento estrutural, a particularidade de cada um deve ser preservada. O mundo do outro, as suas escolhas, a sua origem social e histórica.
Não aceitar o outro é limitá-lo, é destruí-lo.
Libertar-se  de uma cegueira fundamental: o que temos é o mundo que construímos com o outro. Não é saber que a bomba mata, mas sim o que vamos fazer com ela.
Ao aceitar o outro, estamos aceitando nós mesmos. As nossas pequenezes, as nossas grandezas, a nossa tonelada de repolho, o nosso elefante cor de rosa.




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