Roda dos excluídos
..."Até 1948, mães carentes, geralmente solteiras, que não podiam criar os filhos recém-nascidos, deixavam-nos na Santa Casa, anonimamente. No muro havia um compartimento giratório que recebia essas crianças. Um sino alertava a religiosa de plantão, que retirava a criança e virava novamente a abertura para a rua. As freiras cuidavam da criança, que depois seguia para o asilo Sampaio Viana, no Pacaembu e mais tarde para o Colégio São José. Havia uma ata, em que se registravam as informações deixadas pelas mães. A maioria preferia rasgar um santinho e deixar metade com o filho; quando a mãe buscava de volta sua criança, trazia a metade que faltava, como uma espécie de comprovação da maternidade.”
Fonte: http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Jornal&id=677
A maternidade é um costume social adquirido de acordo com a época e os costumes. É o que afirma Badinter em seu livro: “Um amor conquistado”.
Badinter considerou em seu livro que o instinto materno é um mito, não havendo uma conduta materna universal e necessária.
O sentimento materno pode variar, de acordo com a cultura, as ambições ou as frustrações da mãe.
O amor materno é como outro qualquer, frágil e imperfeito, sendo algo que se adquire.
É uma evolução histórica, que foi gradualmente construída, de acordo com a flutuação sócio econômica da história.
Maternidade, símbolo sagrado
Das construções sócio históricas, imantadas pela ética religiosa, a figura da mãe sempre foi e é um símbolo sagrado.
O livro de Badinter realiza uma abordagem que choca vários leitores e provoca reações apaixonadas, contrárias as assertivas da autora.
Quem está imerso no poder do mito, não considera as afirmações da autora como coisas sensatas e reais.
O mito da mãe como símbolo sagrado, mulher que “padece no paraíso” no cuidado da prole.
Atualmente, o que tem acontecido mostra que nem todas as mulheres do mundo internalizam essa questão de ser mãe e levar a cabo uma gravidez.
Os abortos sempre existiram, filhos excluídos e abandonados também.
Os tópicos principais de estudo sobre a infância e a realidade brasileira devem se pautar por essas abordagens.
Hipoteticamente, a mãe, como geradora da vida humana, é responsável pela adaptação da sua criança no substrato social.
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