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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Infância e Realidade Brasileira

Infância e Realidade Brasileira



Estudos



Nascemos fracos, precisamos de força; nascemos carentes de tudo, precisamos de assistência; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer e de que precisamos quando grandes nos é dado pela educação (ROUSSEAU, 2004, p. 9).



As idéias dos precursores da Educação, como Comenius, Rousseau, influenciaram historicamente as concepções de criança/infância e a formação de educadores.De acordo com esses ideais, a criança traz dentro de si as possibilidades do homem ideal ou da mulher ideal.*

Uma criança que precisaria ser desenvolvida e pensada, com o “vir a ser” e caberia aos educadores despertar o potencial da mesma;

Controlar o comportamento dessa criança e valorizar a sua inteligência seriam as ferramentas essenciais no desenvolvimento das suas aptidões e habilidades.

No diálogo entre as incompreensões sobre a infância da Idade Média e a Infância Contemporânea, Rousseau é um autor de referência.

Uma referência importante também é Phillipe Ariés , com a sua “descoberta do novo sentimento de infância”.A partir daí, nasce a preocupação com ela, de caráter normativo, como um grupo social específico, para educá-la com os padrões vigentes da época em que se vive.

A partir do século XVI, criam-se instituições com o fim de controlar e recolher a criança para locais seguros, para que ali se realize a sua plena formação social.

Rousseau parte da idéia de que nascimento e educação se completam mutuamente.

Torna-se necessário oferecer a criança uma formação adequada para inseri-la num contexto social maior, onde possa viver adequadamente, respeitando o caráter normativo e regrado da sociedade em que vive.

A infância é tempo de aprender, tempo de investir e tempo de formar.

Nessa concepção Rousseau não considerou a heterogeneidade da criança, e Giroux, que melhor conceitualiza os obstáculos que existem nessa tendência.



“ Esta maneira de conceber a Infância e a educação, no pensamento de Giroux (1987) gera conceitos e práticas pedagógicas formadoras e conseqüentemente, curriculares, pensadas como “um corpo de conhecimento, predeterminado e organizado hierarquicamente, considerado como o consenso cultural a ser distribuído a todas as crianças, sem considerar as suas diversidades” (GIROUX, 1987, p. 62). Uma prática pedagógica e um currículo que simplificam a diversidade, a diferença individual e cultural das crianças e da sociedade, tendo como pressuposto a criança como única e sempre igual, um vir a ser, na busca constante de uma formação sólida para a época, antes que seja tarde demais, “com raízes tão profundas, que já não é tempo de arrancá-las” (ROUSSEAU, 2004, p. 96) na possibilidade de perder a criança e a beleza que ela trás consigo.”

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