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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Facetas do espaço escolar na visão de Giroux




As crianças precisam de alguém que lhes dê uma excelente formação. Era assim que acreditava Rousseau.


No seu livro, “Emílio”, Rousseau comenta sobre uma sociedade corrompida pela ação do homem.

O autor afirmava que tudo está bem nas mãos do Autor da vida e tudo degenera nas mãos do homem (que carece de formação adequada).

Giroux nos alerta contra a padronização do currículo escolar, deixando pouco espaço a inventividade e a criatividade das crianças.

O autor acreditava que as crianças além de receberem a instrução formal, deveriam ser amadas, cuidadas e socorridas.

O melhor método utilizado pelo professor, segundo o autor, é despertar no aluno o desejo de aprender.

Para que isso aconteça, é  necessário ter habilidades. A educação assume assim um caráter de responsabilidade individual pensando num futuro coletivo – a sociedade. A criança educada hoje, pensada no adulto de amanhã.

A maneira de ser da criança é fruto de sua educação.

Giroux vai além quando afirma que além dessa educação formal, baseada no afeto e no respeito, no despertar do desejo infantil para as aquisições da aprendizagem de uma forma prazerosa, deve existir espaço para a construção do sujeito crítico e criativo.

De certa forma, Rousseau tinha uma visão romântica da educação e do educar. Nesse diálogo, observa-se que Giroux mostra que existem formas contraditórias de poder nos espaço escolares, onde não há a manifestação da igualdade de direitos dos sujeitos escolares.

Há uma ruptura admitida, pois quando Rousseau concebe o espaço escolar como propício a formação da criança que será um futuro cidadão, pleno de direitos e deveres, sob responsabilidade do educador, Giroux enxerga nesse mesmo espaço pontos de conflitos.

Rousseau, porém, fala da corrupção humana e não a admite como parte da ética dos educadores, preservando a sua moral quase sagrada, que é um ponto a ser refletido.

A autora observou que Giroux aponta que Rousseau não concebe as influências externas como influenciadoras do construto infantil , do sujeito escolarizado.

Ela arremata que sempre há a possibilidade da reinvenção de novas percepções e relações sociais.



“...Para uma contínua possibilidade do “aprender sempre” com a criança e a Infância, do ser inacabado e inconcluso que somos/estamos, este escrito registra o olhar sensível do próprio Rousseau quando nos diz: “somos aprendizes de homens, e o aprendizado deste último ofício é mais difícil e mais longo” (ROUSSEAU, 2004, p. 272).”



Fonte: Revista Eletrônica de Ciências da Educação, Campo Largo, v. 7, n. 2, nov. 2008;

DAS CRIANÇAS DE ROUSSEAU ÀS CRIANÇAS DA CONTEMPORANEIDADE1.

Dagma Heinkel2

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI)

dagma@setrem.com.br

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