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quinta-feira, 18 de março de 2010

Beija Flor II

BEIJA-FLOR II




Em uma área aberta, cercada de muito verde acontecem as aulas do Projeto Beija-Flor. Inclusive, tem aulas de Meio-ambiente lá. Ontem, conheci as professoras do projeto. Todas muito simpáticas e falantes, entre elas estava a Ruth.

Ruth é uma dessas pessoas inesquecíveis, pois o seu jeito aberto não deixa margem que as agruras da vida transformam o espírito humano para exercer uma simplicidade incrível.

Bem melhor do que determinadas pessoas que tem uma postura arrogante e esnobe, como se ainda coubesse em um ser que exerce o magistério uma postura arrogante.

Eu gosto de gente assim, que lidam com pessoas de verdade, que são aqueles meninos e meninas com um histórico de vida sofrido que recebem uma nova chance para a felicidade, através de uma inserção social, ocorrida através da Educação.

Creio, porém, que não é papel da escola sanar todos os males e os professores, como os advogados são presas e vítimas da ideologia fácil da mais valia e os que tais que advém dela.

Com um espírito desiludido, entendo que as professoras farão (e fazem) um esforço incrível para educar e recuperar aquelas almas, que deverão abrir o caminho para a luta da sobrevivência sozinhas, apenas com a lembrança daquela professora ou professor que as valorizaram, que se importaram com elas.

Para elas, essa centelha de luz será tão valorosa quanto foi o salmo 91, para aquele jovem detento que escapou do massacre do Carandiru, relato de Dráuzio Varella, em um dos filmes brasileiros bem sucedidos.

A mãe do garoto o havia ensinado a orar o salmo 91, pois ele o haveria de proteger de todas as adversidades e dores maiores.

Então, caído no meio de centenas de corpos massacrados, ele se lembrou do salmo 91.

E foi essa lembrança que fez com que se fingindo de morto, escapasse do fuzilamento.

Na complexidade de todas essas coisas, recordo que Jesus dizia que poderíamos fazer o papel dele, que seríamos seus instrumentos.

E as pessoas que trabalham com a Educação são instrumentos de Cristo, mesmo sem querer ou saber, toda vez que acolhe e liberta uma alma repleta das dores do mundo.

Entretida com as minhas próprias dores, reflito sobre a importância desse papel, dessa missão.

Gabriel Chalita virá a Assis, conversar com as professoras e com os professores. Ele e o amigo dele, o padre Fábio de Mello acreditam na bondade inerente do ser humano. Não chego a esse extremo.

Mas iniciativas assim, do resgate desses alunos e alunas mostra que ainda existe uma alma boa se movendo junto com o viés mercadológico e capitalista da educação estatal.

Despida de qualquer idéia bovina ainda acho que mesmo que isso seja feito por obrigação, salvam umas almas das drogas, da prostituição, e isso melhora o mundo um pouquinho mais.

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