A primeira indagação que fiz sobre o filme “Que horas ela
volta?” foi sobre o significado do título do filme.
Depois, extrai o significado quando a personagem Jéssica revelou que esperou a mãe ou a avó toda a sua convivência e perguntava sempre que horas voltaria. Posteriormente, ao assistir o filme, percebi que o título não poderia ser mais bem escolhido. A empregada doméstica que mora no emprego não tem hora para voltar porque não tem hora para sair, ou melhor, não pode sair, porque tem que ficar a disposição dos seus empregadores.
Depois, extrai o significado quando a personagem Jéssica revelou que esperou a mãe ou a avó toda a sua convivência e perguntava sempre que horas voltaria. Posteriormente, ao assistir o filme, percebi que o título não poderia ser mais bem escolhido. A empregada doméstica que mora no emprego não tem hora para voltar porque não tem hora para sair, ou melhor, não pode sair, porque tem que ficar a disposição dos seus empregadores.
E precisa aprender a ser tratada como uma cidadã de
segunda classe a quem todos os deveres são impostos e nenhum direito é
oferecido.
As cenas do filme ilustram bem essa sentença: até para
pegar o copo de água recorrem à empregada e como afirma a personagem: ter noção
da própria insignificância e recusar os quitutes dos patrões quando oferecem
por polidez.
Ao buscar um fundamento científico que poderia se juntar
aos eventos do filme, logo me recordei de Marilena Chauí e seu “ódio” pela
classe média.
A filósofa sempre, de uma forma inflamada tem a seguinte
fala sobre a Burguesia: “A classe média é
uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é
violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante.”
Minha crítica a essa posição é a de que o
ponto de vista é sempre a vista de um ponto. Ao conviver com os burgueses,
menina vinda da lavoura, aprendi uma porção de coisas sobre o que se deve ser e
o que não se deve ser. Ensinamentos preciosos que não podem ser ignorados.
E logo, o inesquecível Lula me vem à cabeça:
Um proletário, duramente rejeitado pela classe média por causa da sua origem
humilde e seu pouco conhecimento acadêmico, quando se transformou em um
burguês, esqueceu-se da origem e começou a usar indevidamente os recursos que
poderiam ser destinados a alimentação, à saúde, a educação de crianças e famílias
que vivem em situação de risco.
Dessa forma, representado ou administrando a sua
equipe política que registrou na história do Brasil, um dos maiores índices de
corrupção e desvio de dinheiro público.
Assim, mesmo no filme, observa-se a postura da
vestibulanda de Arquitetura em relação a sua avó, não a ajudando, como se estivesse já ocupando
um lugar melhor, pela tentativa de ascensão social a que se propunha.
Como se tem observado, o discurso de Marilena
Chauí não salva os desafortunados do Brasil, nem a má gestão da presidente
Dilma.
Os discursos da esquerda e suas atitudes tem se mostrado vazios e nocivos pelo que tem
trazido ao Brasil.
Ainda um questionamento principal sobre a
eficácia do Prouni, as cotas das Universidades, bandeira do PT: negros e pobres
sentados nos bancos das Universidades públicas e particulares,” como nunca se
havia visto na história desse país”.
Mas se, hipoteticamente, são pessoas que não apresentam
condições biológicas ou cognitivas para acompanhar o ensino que é dado, forma-se
outro nó na questão que se torna difícil desatar.
Aliás, essa premissa pode ser facilmente descontruída se a considerarmos como um dos argumentos da burguesia para interromper a luta pela ascenção social das classes populares.
E o final do filme, de forma imprecisa,
coloca nas mãos da empregada um ato de rebeldia contra o sistema: furtar da
patroa um jogo de xícaras que foi comprado para ocasiões especiais.
Esse ato compromete as boas intenções do
filme, caso tivesse alguma: a mensagem que passa é que os pobres viram ladrões
quando manifesta a rebeldia e a ruptura contra o sistema desigual que os
sujeitam.
Concluindo o que se aprende é a luta pela
sobrevivência, os discursos de ódio, o reconhecimento do que é aprender a
viver, passa pelo mesmo viés: a luta pela sobrevivência e essa é a verdadeira
vida.
A Vida como ela é.
https://youtu.be/H1nZeCncZps
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