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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Sobre palavras e Psicologia




Como criança, tateando a sensibilidade das coisas e do mundo. O mestre perguntou-me como eu sabia daquilo, se nunca estudara Psicologia. Podia lhe responder que sinto que o conhecimento psicológico está aquém do conhecimento verdadeiro.
(Embora a minha nota em  Psicologia da Aprendizagem  tenha sido uma das menores no meu Currículo, no meu tempo de Graduação, entre 6 e 8.
Fiquei triste, pois meu olhar vai além do convencional. Fiquei triste porque descobri que a Linguagem e as palavras são o esforço de projeção do Ego. 
A palavra e a linguagem são instrumentos primeiros ,  pois através dela o mundo sabe da subjetividade e da singularidade que cada um carrega.
Mas para um nível de espiritualidade iluminada e contemplativa, a palavra não é necessária.
Verdade mesmo é o silêncio. Mas eu preciso dizer que a Psicologia, embora sendo leiga no assunto, está aquém desse projeto de evolução que é a marca de todo ser humano, seja de forma consciente ou inconsciente;
(Ali, naquele tempo e momento inconfessáveis ,na minha experiência de quase morte,  aqueles olhos estabeleciam  uma comunicação que varria o passado, o presente e o futuro sem me dizer uma única palavra.)
Por falar em níveis de Psicologia, de entendimento dessa Ciência, a  Psicologia freudiana é patológica. Aponta para a deterioração do SER humano, primeiro fragmenta, depois reconstrói, se é possível a reconstrução, depois da criatura humana ter sido despida diante de si, contemplado seu rosto sem a máscara da convenção, sem o cimento do condicionante..
A minha verdade está em perfeita formação. Mas eu só posso acreditar se ela vier de algo que é externo a mim, não meras projeções do meu EU.
Esse encontro só é possível na Meditação.
Choques de paradigmas perdem o sentido na Meditação. A minha defesa, (não aprovada na Academia) de um Projeto de pensares coletivos, de como posso depurar a forma como visualizo o aprendiz, interfaces da Educação, pensar o ser humano imerso na consciência de si, em atos de significado e sentido, observando-o de uma perspectiva holística, cognição, afetividade e cultura, perdeu o significado se a leitura sobre Meditação na Psicologia traz o nada de Buda, onde palavras, consciências, Filosofia, intelectualidade. Projeções do Ego, o esforço para se autenticar, marcando o território da Identidade se dilui.
A ciência da psicologia pode ser superada através de um nível intitulado a Terceira
Psicologia, como um passo além da psicologia patológica de Freud, primeira psicologia, e da psicologia do homem normal dos Humanistas, segunda psicologia (Rajneesh, 1974).
Outra vez, na pré condição de iniciar os estudos, trago em mim uma semente que ultrapassa aquilo que será os ditames dos meus próximos cinco anos. Isso traz conflitos sérios, como entrar na escola  normativa e sufocadora, já trazendo a apropriação do código linguístico em seus rudimentos, viver em grupos sociais hierarquizados, cuja lei e moral se prende as condicionantes da Sociedade de controle (aversivo) e ter que submeter-me a regimentos que destoam da minha  essência particular.
Se esse saber de fato existe, pois a norma me silencia e acena  com a possibilidade do não saber, pois até a palavra deve vir revestida de poder capitalista conferido por outrem, devo me lembrar que nesse mundo que estou,  pensar não é permitido, entretanto, posso me beneficiar da liberdade de estudar e interagir até um tempo indefinido em que eu estarei pronta para continuar no meu caminho.
Em um ponto de equilíbrio, considero que não sou a primeira pessoa a ir para um Centro acadêmico com hipóteses prévias. Todas essas ponderações me dão um  ponto pacífico: O de considerar e validar a hipótese prévia do meu aluno , o seu conhecimento de mundo, as suas concepções , pois ele traz para a escola o seu Universo particular.
Nesse estágio de evolução, ainda considero o valor e a beleza da Palavra. Minha meditação e estado contemplativo ainda precisam das palavras, assim como o autor que descobriu esse caminho na Meditação, precisou das palavras para comunicar aos seus discípulos o seu desvendamento de Mundo. Consenso, enfim.



Fonte: RAJNEESH Shree Rajneesh; Rajneesh Foudation, 1974 "A Semente de Mostarda"



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