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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Tecendo saberes




Hoje, li para o 5º Ano um livro de Marisa Lajolo que fala  de uma moça que tecia ricamente todas as peças de sua vida..
Lembranças aflorando em minha mente...
Aí eu lembrei da Renata Libório, Profª Drª da UNESP de Assis que lecionava um curso sobre Lajolo e da minha cunhada Marinês que era aluna dela...
A personagem do livro sentiu-se solitária e  teceu um marido, o mesmo  exigiu dela que tecesse dia e noite, palácios e coisas novas e apetecíveis aos seus olhos e quando estava cansada e triste, começou a desfazer o tecido que formou o  cruel  marido que só exigia e nada dava em troca.
E desejei que todas as marias do mundo que teceram um marido com linha de segunda mão e agora, prostradas e tristes querem destecer e não conseguem e vi quanta força naquela palavra de uma autora...
Foi um momento reflexivo e lindo, pois ali naquelas linhas eu percebi o quanto da minha vida eu teci e me exigem cada vez mais e só basta eu lançar mão de meu tear subjetivo e destecer todas as coisas que me fazem mal;
Assim como tive que destecer um amor, que era Maia( Ilusão) e que me trouxe só infelicidades e obrigações;Amor pela profissão de professor, amores da selva de pedra, amores de asas de borboleta...

Tive vontade de sair, voando, com minhas cores preferidas, azul, azul, rosa e verde e de novo o azul tecendo somente o que me alegra a alma e o coração.
Uma vez mais, olhei para as faces de meus alunos e alunas e vi fragilidade e força, insegurança e flexibilidade no seu tecer.
Lembrei-me da Poesia “Tecendo a manhã”, de Ana Menin e de Ana Hercília, que sou eu mistura das minhas avós  e estou tecendo esse texto rápido e fugaz, porque tenho que tecer um Plano de ensino,até dia 30 e senti-me como a moça do tear, costas encurvadas e coloridas, tecendo o caminho para tantos que as vezes nem sabem dessas horas doridas.

Mas registro para ficar esse fio na memória e me ligar ao elo que conhece mais de mim e que tece agora na minha alma a sua marca de Amor e que me surpreende com livros que falam as minhas subjetividadesEternizo a fala de alguém que fala do professor que está ensinando e de repente .... aprende...

Obrigada, alunos.

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