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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Sobre carros e representações sociais

Existe um princípio que rege seu desempenho em qualquer função, ligado diretamente ao que se atribui a si mesmo.
Acredito que o melhor nadador foi aquele que morreu afogado, o melhor motorista foi aquele que se envolveu em um acidente de trânsito e vitimou outras pessoas, a melhor professora alfabetizadora foi aquela que (de) formou analfabetos funcionais.
Considero positivo o simulador para tirar a CNH. A questão da lateralidade, o conhecimento o tempo e do espaço, com noções de Física, para a locomoção no trânsito é de vital importância para os motoristas inexperientes.
Percebo que manter-se a direita, reduzir a velocidade e deixar um veículo pesado passar para evitar colisão frontal, são medidas protetivas, direção defensiva. Quando circulo por uma rua onde a preferencial é só minha, vou com muita cautela, já que motoristas distraídos podem ignorar o sinal de PARE e não me dar a preferência, provocando a colisão.
Até quem pretende praticar direção defensiva, pode de acordo com o momento, ultrapassar o sinal de PARE e uma freada brusca dos dois veículos evita um acidente que pode ser fatal.
O ideal seria que respeitassem as leis de trânsito com mais eficácia.
Em Maracaí,  a Psicóloga me desencorajou, pois estava receosa de me dar um “Apta”, pois ela gostaria de saber como eu me comportaria no trânsito de São Paulo.
Essa fala dela foi direto para meu subconsciente e me atrapalhou por muito tempo.
Hoje, lutando com a má vontade de pessoas ligadas a âmbito profissional, percebo que eu não sou aquilo que os outros me atribuem, não visto a carapuça e sou avessa a rótulos e estigmatizações.
Sou capaz e apta, confio no meu potencial, administro bem as minhas limitações. Para os desafetos, me colocar num papel de não apta, de não capaz, me tira do caminho deles e me coloca numa dimensão que eles e elas desejam que eu ocupe, por questões raciais e sócio econômicas.
Sempre considero presunçosas algumas posições de profissionais de qualquer área, a partir do ponto que desencoraje uma pessoa que busca a superação de seus limites.
Exige-se desses profissionais maturidade para que respeite a diversidade social e visualize um ser humano além do que as convenções ideológicas estabeleceram como desejáveis.
Em relação a Representações sociais, quando alguém tem um passado humilde e sofrido, toda vez que ele tenta ultrapassar aquele marcador social negativo, é recebido com muita descrença e preconceitos.
Associado a um perfil de perfeccionismo, de solicitar sempre a aprovação do outro, porque não teve base ou estímulo para construir isso em sua infância, há uma demora significativa para alcançar um escore padrão.
No caso da minha irmã, as condições adversas fez com que tivesse extremas dificuldades para dominar um veículo.
Hoje, ao superar as dificuldades com resiliência, dirige no trânsito da Austrália.
Poderá dirigir em São Paulo.
Um item interessante nessa matéria é que a autoconfiança pode pregar peça em motoristas experientes.
Não se saíram bem,porque subestimaram as habilidades que precisariam ter para o teste com simulador.

Concluindo, a habilitação dos motoristas brasileiros deve ser aperfeiçoada. Um teste como esse só acrescenta melhorias significativas.
São R$200,00 que preservarão vidas, e darão mais segurança para motoristas de primeira viagem.

Fonte:Folha de São Paulo, 03/01/14
Cotidiano
Simulador encarece carteira de motorista







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