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quinta-feira, 18 de julho de 2013


MAITÊ E O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA Posso relacionar minhas leituras de e-books com as minhas leituras de mundo e as visualizações de vídeo. Talvez chegue a um estágio simpático, alcançado pela poesia de Cecília Meirelles: pensar até ficar silenciosa, sem a obrigação de pensar. Recordo-me da professorinha Clotilde, do Salvador da Pátria, um papel desempenhado por Proença. As fantasias de outras mentes sempre influindo no meu universo particular.
Uma das forças motrizes para essa profissão foi por ver essa doce professorinha que aceitava o Salvador da Pátria (Lima Barreto), com toda a sua feiura e caipirice. A atriz frequentava a seita do Santo Daime, assim como Lucélia Santos. Acredito que pela superexposição, essas pessoas buscam o autoconhecimento para trabalhar com o seu ego, que se perde no coletivo, tirando-as do centro de serem elas mesmas. Essa busca interior também observei em um terreiro de candomblé, onde pessoas que representavam os poderes judiciários, contábeis e educativos da pequena cidade do interior em que eu morava, reuniam-se ali para um estágio primitivo de passar por um ritual onde eram usadas bebidas alcoólicas, espadas de são Jorge e pipoca, além de outras oferendas. Tive muito medo na ocasião, procurei uma Igreja Evangélica e me converti. Assim, fiquei conhecendo Jesus Cristo , o Caminho, a Verdade e a Vida.Como meu Salvador pessoal, não se perde na confusão do sincretismo religioso brasileiro. A construção feita por aquelas pessoas aproxima-se de uma teoria caótica ou de representação de sentido. Uma maneira louca de conceber o mundo, remontando-se ao mito da caverna de Platão. O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal. A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa ilumina um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas. Os prisioneiros fazem, inclusive, torneios para se gabarem, se vangloriarem a quem acertar as corretas denominações e regularidades (http://www.brasilescola.com/filosofia/mito-caverna-platao.htm). Como neurologista,Damásio utiliza seu recurso que é o biológico e sua busca se encerra tentando apreender como que as funções biológicas do corpo estão em sintonia com a realidade, na epistemologia sujeito objeto, apostando no princípio do corpo como produtor da realidade. Seu ponto de partida é o corpo e são as funções orgânicas em relação a realidade dada e construída. Para a atriz citada, seu ponto de partida é a arte, o caos organizado, a fantasia pura das mentes e dos corpos tentando explicar a realidade.
Realidade opressiva que poda e aliena a mente das pessoas da população, sistema bruto, punitivo. Há dias venho tentando baixar o livro completo do Damásio, disponível do 4shared quando comecei um curso que me mostrou todo esse ponto inicial do meu trabalho reflexivo sobre a consciência em relação com a aprendizagem. Ferramentas. Porém, algumas pessoas proibiram o livro de ser copiado para o PC de uma pobre mortal como eu, que não quero enriquecer e nem virar atriz da Globo. Quero pesquisar a realidade para fins de fruição, sem culpa e nem dor,porque esse é o meu prazer. Dessa doce pessoa Proença, só discordo de uma coisa: sou mulher e não terei nunca um colhão de aço, tenho a convexidade das minhas curvas, e a suavidade da forquilha para enfrentar o mundo, numa representação feminina de me situar.Amor uterino. Mas, como diz a elegante Maitê... “É duro ser cabra na Etiópia...”

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