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domingo, 17 de junho de 2012

Fidelidade


Fidelidade a própria vida

Com a barbárie instalada e normatizada, o assassinato de Marcos Mitsunaga é tratado como coisa de menos importância.
As atitudes da esposa são contempladas como atitudes de legítima defesa da honra, para se proteger do adultério do marido.
Mas há um recorte mais profundo em tudo isso.
Esse recorte é justamente a questão da desigualdade de Gêneros  a forma como os sujeitos se comportam em face da sua fidelidade conjugal e a maneira como os homens conceituam a mulher e a mulher ao homem.
Nesse caso, Elize foi tratada como um objeto “retirada do lixo aonde veio”, segundo a afirmativa do marido. Marcos foi tratado como uma mina de outro para a alpinista social e sem escrúpulos que foi Elize.
(A dor maior que ficou foi a de ter uma criança envolvida nesse relacionamento passional e doentio.)
Antes de discutirmos a homofobia e a questão de Gêneros no que tange a gays e lésbicas, temos de nos debruçarmos sobre essa problemática que, analisada, mostra os conflitos fumegando numa superfície onde mulheres parecem ter conquistado um novo status social e reconhecimento como sujeito de direitos.
Direitos que não são legitimados a todo instante, uma vez que os salários femininos não se equiparam ao masculino e a pouca vergonha e a insanidade do sexo grátis e fácil, homens e mulheres exibindo seus corpos nus como peças de açougue em reallitys shows, a prostituição alcançando um staff honroso, propagado pela todo poderosa emissora de Televisão num remake de “Gabriela”,uma serviçal erotizada,que foi oferecer para o seu “patrão”,o seu dono ,bem mais do que o seu trabalho nas lides domésticas.
Oferece seu corpo a todos os olhares masculinos, ávidos e luxuriosos, e decide doar-se a quem além de uma boa relação sexual  vá oferecer a ela casa, comida e roupas para lavar.
Uma mulher submissa, escrava de seus desejos e de sua sensualidade.A coisificação do sujeito.
Assim foi Elize, Marcos,a amante nesse triângulo amoroso.Escravos de sua sensualidade , a coisificação do humano, corpos corrompidos tratados como peças de valor mercadológico e mercatilizante.
Porque será que o esposo de Elize sempre procurava garotas de programa para iniciar uma vida sexual e misturava afetividade de relacionamento estável  nisso?
Talvez por achar que mulheres são objetos que se compram e se pagam.
Não é necessário ser feminista para identificar e reconhecer a dor de tudo isso.
Lares destruídos, crianças abortadas em outras siutações,  crimes passionais, interesses financeiros.
Como será a construção moral da criança que ficou para contemplar horrorizada, a maldição de sangue, dor, morte e indignidade que lhe ficou como herança?
As forças perversas do Capitalismo e da posse do capital, o desejo de ter dinheiro e 15 minutos de fama fazem com que os sujeitos não consigam lidar com a sua própria sensualidade.
Nem com sua ambição financeira.
(Vide caso Birsmack,que apesar de saber que a irmã foi assassinada por um marido inconformado e ciumento, preferiu ficar no realitty, para com isso, aumentar a projeção para si mesma e a audiência do Programa).
Antes de ser fiel ao cônjuge, qualquer mulher ou homem deve ser fiel a si mesmo.
O que cinco minutos de prazer sexual vai trazer a quem deseja se entregar sem pensar no compromisso ético e moral que rege a sua vida sentimental e sexual?
O que vai sobrar para as crianças que estão envolvidas?
Deus nos livre de tudo isso.E tenha piedade de nossas almas.








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