Trazer rupturas conceituais para o campo da discussão das
sexualidades e o que é correto ou não é a ruptura da ruptura.
Entende-se que, por razões biológicas e orgânicas, a lei
natural é o macho e a fêmea, sobretudo em se tratando de preservação da
espécie.
Não é uma defesa heterossexual, mesmo porque se houver apenas
relações homoafetivas, a espécie humana deixa de existir.
Tendências sofistificadas para “normatizar” orientações
homoafetivas é algo que me escapa de um entendimento conceitual do que é normal e normatizador.
Teixeira Filho (2012,p. 84 apud Foucalt GIV,2008) já
sinaliza que o movimento homossexual necessita de uma arte de viver, não de um
conhecimento pseudocientífico do que seja a (homo) sexualidade.
Todas as preocupações devem estar centradas em torno da
homofobia como injustiça praticada em relação a alguém que assume a sua
orientação sexual.
O autor reitera que a homossexualidade é uma invenção e que
sua construção identitária é um fenômeno moderno.
Importante ressaltar que a prática da sexualidade e de todas
as suas formas segue, como afirma o autor citado (idem, p.88, 2012), um padrão
fálico, em que o prazer está ligado a penetração, em ambos os casos.
Isso evidencia o referente que encontramos em Freud e seus trabalhos,
dentro do campo das sexualidades, em que encontrou na sexualidade o motor para compreensão
da Natureza humana, sob a ótica da psicanálise.
Dentro de uma leitura antropológica e sociológica , o
patriarcalismo e seus condicionantes,os jogos sociais e os mitos fundamentam
essas práticas em que a virilidade , a masculinidade mantém a supremacia
hegemônica.
Essa supremacia continua a regularizar e a dotar de valores
e práticas as vivências e seus códigos,obedecendo em parte a uma ética de
autopoiese (Varela e Maturana, 1970).
Autopoiese entendida como a capacidade do ser humano em produzir-se
a si mesmo em suas constantes adaptações
, abrangendo outros referentes como construções sociais,no campo da Sociologia,
no diálogo com a antropologia e a
biologia.
No campo orgânico, dentro da construção do organismo humano,
até os três meses não se difere o que é feminino e o que é masculino.
Seria muito simples se na sociedade organizada todos
pudessem assumir e manifestar suas orientações com a liberdade equalizadora de
fazer suas próprias escolhas.
Mas, como se refere Teixeira Filho (ibid,p.99,apud Butler,
2003),
...”a
premissa heteronormativa do dispositivo da sexualidade que visa
disciplinar e controlar
os corpos e os prazeres a partir da
linearidade
natural e
normal entre sexo/gênero/desejo/práticas
sexuais produz
um paradoxo,apoiado
pela valoração viril como regra e da heterossexuali-
dade como
norma.”
Fonte de reflexão: (Filho, Teixeira, S. “A Construção social
das diferenças nas (homo) sexualidades e suas relações com a homofobia” in Gênero,Corpo
e @tivismos, Souza, et all, EduFMT, 2012)
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