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domingo, 27 de maio de 2012

O silêncio dos culpados


Do artigo da Ilustríssima


Silêncio ensurdecedor
A corrupção acadêmica e a crise financeira
 Fonte de estudos:Folha de São Paulo, caderno Ilustríssima
Autor:Charles Ferguson
Tradução: Clara Allan
(Para minha querida Hitléria)

Talvez não seja eu o tipo certo para permanecer na Educação. Tenho um olhar crítico e ativo, que me coloca em maus lençóis.
Em certas ocasiões, devemos fazer de conta que somos cegos, surdos e mudos, frase essa do Dr. Waldemar Cavina, que visitei semana passada.
E eu disse a ele que percebi ao longo da minha trajetória, que devemos aprender a engolir sapinhos e ele disse que devemos aprender a engolir sapões.
No entanto, existe um Jornal com força suficiente para tocar nos pontos nevrálgicos da corrupção acadêmica.
Nem esse Jornal escapa do filtro investigativo, porque nada e nem ninguém é neutro o suficiente para escapar das forças vivas da corrupção e do silêncio opressivo que sustenta uma estrutura corrupta e mortal, sem primeiro verificar o que é salutar para o seu próprio interesse.
Ou seja,a ética “do que eu vou ganhar com isso”.
No artigo em pauta, o jornalista, Charles Ferguson fala  de amplos conflitos de interesses  em universidades e institutos de estudos e entre pesquisadores acadêmicos.
Ele cita, por exemplo, a corrupção na área acadêmica médica, onde o dinheiro pode exercer uma influência perniciosa num campo supostamente objetivo e científico.
Ele coloca um atenuante, talvez, para se proteger, onde declara que existem mudanças na área médica em curso, aderindo às exigências de transparência.
 O problema da corrupção acadêmica hoje está tão entrincheirado que disciplinas e  universidades importantes estão gravemente comprometidas,escreve ele.
Cita um economista importante, Larry Summers, da era Obama,que cometeu,segundo o jornalista, uma sucessão bem documentada de erros e concessões.
Para se ter uma ideia,o economista recebeu U$ 135 mil dólares por um discurso.
E aqui no Brasil, não pode ser diferente. O funil se estreita cada vez mais.
E a corrupção e os conflitos de interesses ocorrem em todas as esferas.
A sociedade de controle , cooptadora de recursos faz com que só haja ascensão acadêmica a quem interessa e que esteja comprometido a manter o status quo da hegemonia dominante.
Como lá na área acadêmica, nos Estados Unidos, aqui no Brasil devemos manter  um silêncio que é ensurdecedor.
E as marcas da corrupção são sentidas em maior ou menor grau em todas as instituições, onde a neutralidade vai para o ralo.
Esse campo remete mais uma vez ao estudo da moralidade dos sujeitos, não para atravancar as mentes com conhecimentos inúteis, mas para alertar que ao reconhecer a impunidade e a corrupção devamos fazer algo.
Reconheço que as pessoas, principalmente políticos, empresários, líderes de Igrejas, vão se mantendo entre os estágios 1 e 2.
Abaixo, um resumo da teoria de Kholberg,que se suicidou.


A teoria do desenvolvimento moral é a mais conhecida de Kohlberg. Sua teoria, assim como a de Piaget, é universalista. Não afirma a universalidade das normas, mas a das estruturas que permitem a aplicação das normas em contextos precisos e proporcionam critérios para o juízo moral. Acredita que através de um processo maturacional e interativo, todos os seres humanos têm a capacidade de chegar à plena competência moral, medida pelo paradigma da moralidade autônoma, ou, como prefere Kohlberg, pela da moralidade pós-convencional.[3]
Os seis estágios de Kohlberg podem ser, generalizadamente, agrupados em três níveis de dois estágios cada: pré-convencional, convencional, e pós-convencional.[4][5][6]
Seguindo as exigências construcionistas de Piaget de um modelo de estágios, como exposto em sua teoria do desenvolvimento cognitivo, é extremamente raro regredir em estágios – perder o uso de capacidades de estágios mais altos. Não se pode pular estágios, cada um fornece uma nova e necessária perspectiva, mais abrangente e diferenciada de seu predecessores, mas integradas com eles.[7][8] Os estágios não avançam em "bloco", podendo a pessoa estar em determinado estágio em uma área, e em outro estágio em outra área.[9] Sua teoria é dinâmica, e não apenas estática. Potencialmente, todo indivíduo é capaz de transcender os valores da cultura em que foi socializado, ele não apenas os incorpora passivamente. Com isso, a própria cultura pode ser modificada.
Podemos esquematizar a teoria de Kohlberg da seguinte maneira:
Nível 1 (Pré-Convencional)
1. Orientação "punição obediência"
(Como eu posso evitar a punição?)
2. Orientação auto-interesse (ou "hedonismo instrumental")
(O que eu ganho com isso?)
Nível 2 (Convencional)
3. Acordo interpessoal e conformidade
(Normas sociais)
(Orientação "bom moço"/"boa moça")
4. Orientação "manutenção da ordem social e da autoridade"
(Moralidade "Lei e Ordem")
Nível 3 (Pós-Convencional)
5. Orientação "Contrato Social"
6. Princípios éticos universais
(Consciência principiada)

Não espero que todas as pessoas avancem para o nível 6,embora líderes de Igreja disfarcem muito bem que sejam detentores desse nível.
Parabenizo o Jornal por trazer a matéria referida onde encontro eco da minha própria inconformidade pessoal e social, do ponto de vista ético.
Ao educar uma criança desejo que ela viva num mundo melhor, e a minha reflexão não é vã.
Se esse nível de moralidade se manter, as teorias de Malthus vão se concretizar.
Embora acredite que a teoria malthusiana tenha a perversidade nazista,não posso deixar de reconhecer que se não houver controle de natalidade, os recursos se esgotarão e haverão calamidades públicas,como surtos de suicídios e homicídios em massa,motivados pelo fervor religioso e místico,que escraviza mentes e corpos a sujeições dignas de nota.





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