Do artigo da Ilustríssima
Silêncio ensurdecedor
A corrupção acadêmica e a
crise financeira
Fonte de estudos:Folha de São Paulo, caderno Ilustríssima
Autor:Charles Ferguson
Tradução: Clara Allan
(Para minha querida
Hitléria)
Talvez não seja eu o tipo certo para permanecer na Educação.
Tenho um olhar crítico e ativo, que me coloca em maus lençóis.
Em certas ocasiões, devemos fazer de conta que somos
cegos, surdos e mudos, frase essa do Dr. Waldemar Cavina, que visitei semana
passada.
E eu disse a ele que percebi ao longo da minha trajetória,
que devemos aprender a engolir sapinhos e ele disse que devemos aprender a
engolir sapões.
No entanto, existe um Jornal com força suficiente para
tocar nos pontos nevrálgicos da corrupção acadêmica.
Nem esse Jornal escapa do filtro investigativo, porque
nada e nem ninguém é neutro o suficiente para escapar das forças vivas da
corrupção e do silêncio opressivo que sustenta uma estrutura corrupta e mortal,
sem primeiro verificar o que é salutar para o seu próprio interesse.
Ou seja,a ética “do que eu vou ganhar com isso”.
No artigo em pauta, o jornalista, Charles Ferguson
fala de amplos conflitos de interesses em universidades e institutos de estudos e
entre pesquisadores acadêmicos.
Ele cita, por exemplo, a corrupção na área acadêmica
médica, onde o dinheiro pode exercer uma influência perniciosa num campo
supostamente objetivo e científico.
Ele coloca um atenuante, talvez, para se proteger, onde
declara que existem mudanças na área médica em curso, aderindo às exigências de
transparência.
O problema da
corrupção acadêmica hoje está tão entrincheirado que disciplinas e universidades importantes estão gravemente
comprometidas,escreve ele.
Cita um economista importante, Larry Summers, da era
Obama,que cometeu,segundo o jornalista, uma sucessão bem documentada de erros e
concessões.
Para se ter uma ideia,o economista recebeu U$ 135 mil
dólares por um discurso.
E aqui no Brasil, não pode ser diferente. O funil se
estreita cada vez mais.
E a corrupção e os conflitos de interesses ocorrem em
todas as esferas.
A sociedade de controle , cooptadora de recursos faz com
que só haja ascensão acadêmica a quem interessa e que esteja comprometido a
manter o status quo da hegemonia
dominante.
Como lá na área acadêmica, nos Estados Unidos, aqui no
Brasil devemos manter um silêncio que é
ensurdecedor.
E as marcas da corrupção são sentidas em maior ou menor
grau em todas as instituições, onde a neutralidade vai para o ralo.
Esse campo remete mais uma vez ao estudo da moralidade
dos sujeitos, não para atravancar as mentes com conhecimentos inúteis, mas para
alertar que ao reconhecer a impunidade e a corrupção devamos fazer algo.
Reconheço que as pessoas, principalmente políticos, empresários,
líderes de Igrejas, vão se mantendo entre os estágios 1 e 2.
Abaixo, um resumo da teoria de Kholberg,que se suicidou.
A teoria do desenvolvimento moral é a
mais conhecida de Kohlberg. Sua teoria, assim como a de Piaget, é
universalista. Não afirma a universalidade das normas, mas a das estruturas que
permitem a aplicação das normas em contextos precisos e proporcionam critérios
para o juízo moral. Acredita que através de um processo maturacional e
interativo, todos os seres humanos têm a capacidade de chegar à plena
competência moral, medida pelo paradigma da moralidade autônoma, ou, como
prefere Kohlberg, pela da moralidade pós-convencional.[3]
Os seis estágios de Kohlberg podem ser,
generalizadamente, agrupados em três níveis de dois estágios cada:
pré-convencional, convencional, e pós-convencional.[4][5][6]
Seguindo as exigências construcionistas de Piaget de um modelo de estágios, como exposto em sua teoria do
desenvolvimento cognitivo, é extremamente raro regredir em estágios – perder o
uso de capacidades de estágios mais altos. Não se pode pular estágios, cada um
fornece uma nova e necessária perspectiva, mais abrangente e diferenciada de
seu predecessores, mas integradas com eles.[7][8] Os estágios não avançam em
"bloco", podendo a pessoa estar em determinado estágio em uma área, e
em outro estágio em outra área.[9] Sua teoria é dinâmica, e não apenas
estática. Potencialmente, todo indivíduo é capaz de transcender os valores da
cultura em que foi socializado, ele não apenas os incorpora passivamente. Com
isso, a própria cultura pode ser modificada.
Podemos esquematizar a teoria de
Kohlberg da seguinte maneira:
Nível 1
(Pré-Convencional)
1. Orientação "punição
obediência"
(Como eu posso evitar a punição?)
2. Orientação auto-interesse (ou "hedonismo instrumental")
(O que eu ganho com isso?)
Nível 2
(Convencional)
3. Acordo interpessoal e conformidade
(Normas sociais)
(Orientação "bom
moço"/"boa moça")
4. Orientação "manutenção da ordem
social e da autoridade"
(Moralidade "Lei e Ordem")
Nível 3
(Pós-Convencional)
5. Orientação "Contrato
Social"
6. Princípios éticos universais
(Consciência principiada)
Não espero que todas as pessoas avancem para o nível
6,embora líderes de Igreja disfarcem muito bem que sejam detentores desse
nível.
Parabenizo o Jornal por trazer a matéria referida onde
encontro eco da minha própria inconformidade pessoal e social, do ponto de
vista ético.
Ao educar uma criança desejo que ela viva num mundo melhor,
e a minha reflexão não é vã.
Se esse nível de moralidade se manter, as teorias de
Malthus vão se concretizar.
Embora acredite que a teoria malthusiana tenha a
perversidade nazista,não posso deixar de reconhecer que se não houver controle
de natalidade, os recursos se esgotarão e haverão calamidades públicas,como
surtos de suicídios e homicídios em massa,motivados pelo fervor religioso e
místico,que escraviza mentes e corpos a sujeições dignas de nota.
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