Vila Mulher

Blog VilaMulher
O Portal da Mulher

quinta-feira, 26 de abril de 2012

As voltas com o currículo oculto






Existe uma nuance perversa do currículo oculto que nesse mundo virtual,nesse  espaço que tenho para expressar minha opinião faço por bem revelar.
O recorte se faz exatamente ali, onde no popular se diz que “o buraco é mais embaixo”;
Não basta só você fazer uma boa prova, você tem que  ser aceita e se o grupo social do qual você quer fazer parte, não concordar com seu jeito de ser e acontecer, você é descartada.
Existe uma lei que egressos do Curso de Humanas podem fazer outra faculdade da área, optando por vagas remanescentes.
Mas isso não acontece, a não ser que você contrate um advogado para rever seus direitos.
Assim como quando se vai fazer um curso de formação continuada, se não for algo que a sua Secretaria ordenou, seu salário sofre descontos, embora na legislação, o professor pode fazer cursos sem descontar do seu  salário,, já que é de interesse essa continuação de formação. Que, diga-se de passagem, não resolverá os conflitos da falta de educação que alguns alunos e algumas alunas têm.
Sem disciplina, como diria a Assunção, não há aprendizagem.
O professor pode muito pouco contra a indisciplina sem um estagiário, ou um orientador educacional.
Para fazer um Mestrado, quem decide sobre a admissão dos candidatos, o  que se pondera como coisas para o currículo oculto é um absurdo.
Uma falácia abrir vagas para Mestrado em Psicologia quem tem Pedagogia. O máximo que  acontece é ficar oitenta reais mais pobre.
Por mais que você estude, como eu estudei, eles não aceitam.
Como ouvi de dois estudantes de Psicologia, no ônibus para a UNESP. “Quem é aquela lá?”
“Acho que é professora”;
“E o que está fazendo aqui?”
“Acho que agora quer ser psicóloga?” (ironia);”Então sabem o que deviam fazer?” “Dar um soco na cara dela, de uma vez.”.
Hostilidade e machismo, assim como fizeram recentemente no rodeio das gordas. Incluo-me nesse subgrupo, com muito orgulho, com a minha fartura adiposa, muuuito boa.
Como pedagoga, não tenho obrigação de fazer prova como um psicólogo.
Mas está tudo lá: o paradigma tradicional, o emergente, a crítica de Boaventura, a crítica do Jornal “Folha de Sâo Paulo” a uma psicóloga  que trata a homossexualidade como doença, a recomendação para a imparcialidade do psicólogo entre o seu  ethos pessoal e profissional e uma prova de espanhol que trata de um assunto que eu domino: Gênero e sexualidade.
Mas, como sujeito epistêmico, não fui selecionada.
A quem interessa que  uma professora de ensino fundamental domine  saberes da  Psicologia?
A ninguém.
Cabeça baixa, ouvindo ordens, fazendo Cursos para manter a ótica “construtivista”, com o ideário de Ferreiro e Teberovsky, atrasando o domínio da lecto escrita no Brasil, POIS NÃO INTERESSA QUE AS CAMADAS POBRES DA POPULAÇÃO DOMINEM SABERES QUE SÃO EXCLUSIVOS DA CLASSE DOMINANTE.
Um eterno devir: o professor faz que ensina, o aluno faz que aprende.
Livros, caros, material selecionado e a criança cada vez mais perdida. Como um analfabeto em uma biblioteca. Perverso.
Ainda estou tentando sobreviver nessa classe (Educação) em que existem bastante problemas.
A Lei da  Sobrevivência, como diria Darwin.
Eu tenho simplesmente vergonha.
Vergonha de fazer parte de uma escola que é,como diria Bourdier e Passeron, aparelho reprodutor da classe dominante.
Quero dizer aos meus oponentes que eu não pretendo ser Presidente da República.
Não deliro.
Obedeço, obedeço, como uma criança;
Sou simples: um bom jornal, um bom livro, um bom chocolate quente, um bom vinho, um bom cobertor de orelha.
Não tenho a ilusão demudar.
O Paradigma emergente é uma Força que está viva e que  está acontecendo.
Agora é hora de trabalhar.
Ciao.
Sou inofensiva, só gosto de Psicologia.
Aos estudantes de Psicologia, quero dizer que eu não pretendo ser Psicóloga. Nem quero ser Professora.
Se esses títulos me tirarem a capacidade de ver,sentir e chorar a dor do outro e a minha própria miséria.
Me impedirem o Amor àgape e o amor Eros.

Nenhum comentário: