Existe uma nuance perversa do currículo oculto que nesse
mundo virtual,nesse espaço que tenho
para expressar minha opinião faço por bem revelar.
O recorte se faz exatamente ali, onde no popular se diz que “o
buraco é mais embaixo”;
Não basta só você fazer uma boa prova, você tem que ser aceita e se o grupo social do qual você
quer fazer parte, não concordar com seu jeito de ser e acontecer, você é descartada.
Existe uma lei que egressos do Curso de Humanas podem fazer
outra faculdade da área, optando por vagas remanescentes.
Mas isso não acontece, a não ser que você contrate um
advogado para rever seus direitos.
Assim como quando se vai fazer um curso de formação
continuada, se não for algo que a sua Secretaria ordenou, seu salário sofre
descontos, embora na legislação, o professor pode fazer cursos sem descontar do
seu salário,, já que é de interesse essa
continuação de formação. Que, diga-se de passagem, não resolverá os conflitos
da falta de educação que alguns alunos e algumas alunas têm.
Sem disciplina, como diria a Assunção, não há aprendizagem.
O professor pode muito pouco contra a indisciplina sem um estagiário,
ou um orientador educacional.
Para fazer um Mestrado, quem decide sobre a admissão dos
candidatos, o que se pondera como coisas
para o currículo oculto é um absurdo.
Uma falácia abrir vagas para Mestrado em Psicologia quem tem
Pedagogia. O máximo que acontece é ficar
oitenta reais mais pobre.
Por mais que você estude, como eu estudei, eles não aceitam.
Como ouvi de dois estudantes de Psicologia, no ônibus para a
UNESP. “Quem é aquela lá?”
“Acho que é professora”;
“E o que está fazendo aqui?”
“Acho que agora quer ser psicóloga?” (ironia);”Então sabem o
que deviam fazer?” “Dar um soco na cara dela, de uma vez.”.
Hostilidade e machismo, assim como fizeram recentemente no
rodeio das gordas. Incluo-me nesse subgrupo, com muito orgulho, com a minha
fartura adiposa, muuuito boa.
Como pedagoga, não tenho obrigação de fazer prova como um
psicólogo.
Mas está tudo lá: o paradigma tradicional, o emergente, a
crítica de Boaventura, a crítica do Jornal “Folha de Sâo Paulo” a uma psicóloga
que trata a homossexualidade como
doença, a recomendação para a imparcialidade do psicólogo entre o seu ethos pessoal e profissional e uma prova de
espanhol que trata de um assunto que eu domino: Gênero e sexualidade.
Mas, como sujeito epistêmico, não fui selecionada.
A quem interessa que uma professora de ensino fundamental domine saberes da
Psicologia?
A ninguém.
Cabeça baixa, ouvindo ordens, fazendo Cursos para manter a
ótica “construtivista”, com o ideário de Ferreiro e Teberovsky, atrasando o
domínio da lecto escrita no Brasil, POIS NÃO INTERESSA QUE AS CAMADAS POBRES DA
POPULAÇÃO DOMINEM SABERES QUE SÃO EXCLUSIVOS DA CLASSE DOMINANTE.
Um eterno devir: o professor faz que ensina, o aluno faz que
aprende.
Livros, caros, material selecionado e a criança cada vez
mais perdida. Como um analfabeto em uma biblioteca. Perverso.
Ainda estou tentando sobreviver nessa classe (Educação) em
que existem bastante problemas.
A Lei da
Sobrevivência, como diria Darwin.
Eu tenho simplesmente vergonha.
Vergonha de fazer parte de uma escola que é,como diria
Bourdier e Passeron, aparelho reprodutor da classe dominante.
Quero dizer aos meus oponentes que eu não pretendo ser
Presidente da República.
Não deliro.
Obedeço, obedeço, como uma criança;
Sou simples: um bom jornal, um bom livro, um bom chocolate quente,
um bom vinho, um bom cobertor de orelha.
Não tenho a ilusão demudar.
O Paradigma emergente é uma Força que está viva e que está acontecendo.
Agora é hora de trabalhar.
Ciao.
Sou inofensiva, só gosto de Psicologia.
Aos estudantes de Psicologia, quero dizer que eu não pretendo
ser Psicóloga. Nem quero ser Professora.
Se esses títulos me tirarem a capacidade de ver,sentir e
chorar a dor do outro e a minha própria miséria.
Me impedirem o Amor àgape e o amor Eros.
Me impedirem o Amor àgape e o amor Eros.
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