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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Hipóteses da professora "burra"

O autismo é encarado como a forma mais original, primitiva do pensamento. A lógica aparece mais tarde. O pensamento egocêntrico é o elo entre ambos.


O egocentrismo da criança até a idade de sete, oito anos é impermeável a experiência, ou seja, a criança tem uma natureza psíquica egocêntrica e mesmo quando é submetida a uma prova concreta de altruísmo e de necessidade de deixar o direito dos outros conviver harmoniosamente com o direito dela, o egocentrismo dela permanece.

A plasticidade do pensamento da criança depende das suas estruturas cognitivas e biológicas.

O fato de termos crianças de seis anos forçadas a adquirir instrumentos de linguagem na forma da aquisição da língua escrita e falada e seus códigos, talvez seja a explicação para o analfabetismo funcional que vigora nas escolas.

As crianças são apresentadas ao letramento e a alfabetização, seja construtivista ou fônica, mas seus aparelhos orgânicos e psíquicos não podem suportar as informações que lhe são ministradas.

É como querer que um computador com poucos megabytes suporte um software de gigabytes.

As influências que os adultos fazem as crianças serem submetidas não são recebidas pelas crianças da mesma forma que o pensamento adultocêntrico concebe.

Para a sua assimilação, é necessário que a estrutura da criança assimile a nova informação deformando-a, ou seja, mudando-a de forma, atinente com que a sua estrutura possa suportar.

Nem Piaget, nem Vigotsky, nem Freud ou qualquer outro teórico puderam realmente conceitualizar o pensamento e a linguagem infantil, pois não são crianças.

Eles chegaram perto daquilo que é realmente verdade. Mas saber o que uma criança sente ou pensa, é a própria criança que dá conta

Cai por terra o conceito da criança “burra”. Cada ser sabe por si o que lhe cabe ou lhe sabe. Se a sociedade organizada inventou meios de provar e de fixar as inteligências dos sujeitos num quadro organizado por suas estruturas elitistas, problema dela.

Se a cada indivíduo é necessário que corresponda as expectativas e habilidades que o currículo impõe e não consegue fazer isso, problema dele.

Ele ou ela que vai sofrer as conseqüências de não ter seguido as normas dessa sociedade meio fascista.

Sorte de quem gosta de se submeter as exigências do currículo.Azar de quem odeia escola.

Mas isso não me desobriga, como professora educar os meus aluninhos e aluninhas indisciplinados, mesmo quando não querem receber educação.

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