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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A reconstrução da Identidade das famílias brasileiras no âmbito escolar sob o agir da Psicologia

Parte I

“Duas coisas me enchem o ânimo de admiração e respeito: o céu estrelado acima de mim e a lei moral que está em mim”.






Existiu e talvez ainda exista uma imagem preconcebida e preconceituosa em relação ao encaminhamento escolar de uma criança para a Psicologia.

As famílias, algumas delas, ainda relutam em admitir que os seus filhos e filhas precisem de uma orientação psicológica para que a sua aprendizagem não fique comprometida.

A barreira mais difícil para ser refletida e questionada é o procedimento dos professores quando encaminham seus alunos e alunas para o atendimento psicológico.

Os educadores podem refletir sobre isso, em uma dimensão que envolva o histórico da Psicologia, sua função, sua utilidade e a sua real eficácia para que ali haja a prevenção de comportamentos incompatíveis com o viver social ou a cura, e a preservação de valores morais e sociais sob a égide do Imperativo categórico de Kant(1787).

Em um exercício de multidisciplinariedade, gostaria de estabelecer as pontes que ligam a construção da Identidade nacional, da Metodologia de História com os saberes e as práticas da Psicologia dentro de um âmbito escolar, bem recortado que é a vivência e a convivência da sala de aula e as famílias atendidas.

Antes de esboçar tal realidade é necessário que se retome a construção da própria Psicologia para que haja o desmistificar dessa Ciência que tanto tem contribuído para um ambiente escolar saudável.

Também teci uma breve consideração sobre a regra e a sua importância, utilizando os pressupostos teóricos de Kholberg, sobre o Desenvolvimento moral e seus níveis, influenciado pelas idéias de Jean Piaget.

Pois a primeira pergunta que se faz quando se reflete sobre a reconstrução da Identidade da família brasileira em que se pese seus quadros construídos sob a ótica da desigualdade econômica, em lares marcados por esses indicadores desiguais é: O que é a regra social? Qual é a sua importância para a criança?Porque é necessário que famílias e equipe escolar retomem essa discussão?Quais são os objetivos desse construto?Como o agir do psicólogo pode interferir nessa temática?Como isso interfere na construção da Identidade da família brasileira?

São perguntas complexas que merecem atenção especial.

A minha intenção não é a de responder, mas sim, de multiplicar questionamentos sob um mesmo objeto que atende a importantes palavras chave: a família e a escola, sendo atendidas por profissionais da psicologia infantil.



Breve Histórico da Psicologia





Sabe-se que a Psicologia é uma ciência que estuda a mente humana, baseada em dados empíricos.

Sigmund Freud, autor da Psicanálise foi um dos importantes autores para que a Psicologia encontrasse um viés científico.

Foi o trabalho com as histéricas de Salpetriére, (1882) supervisionadas por Charcot que Freud construiu seus fundamentos sobre a Psicologia e que alavancou novos conceitos que viriam a ser de inestimável valor.

Etimologicamente o termo Psicologia é formado dos radicais: LOGUS refere-se a estudo ou discurso, e PSYCHE (figura mitológica grega) alma ou espírito. Segundo Platão, a psique (como é escrita atualmente) é a vida mental do ser humano. Unindo os radicais teremos o conceito central de Psicologia: “estudo da alma (ou da vida mental, segundo Platão) do ser humano”, termo cunhado por Philip Melanchthon (1497-1560) por volta de 1550, e popularizado por Christian Von Wolff (1679-1754).(Metring, 2010).

Portanto, a Psicologia não é para tratar “doentes mentais”, ou “retardados”, expressões que envolvem um cunho pejorativo, mas sim a de estudar, cientificamente, se desvencilhando da Psicologia do senso comum, (que é o construto informal do cotidiano sobre as formas de comportamento), as causas e as hipotéticas curas de um quadro mental infantil que está prejudicando a plenitude da sua aprendizagem.

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