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quinta-feira, 6 de maio de 2010

A escrita de Deus no casco das tartarugas

A escrita de Deus no casco da tartaruga

Levei um artigo da revista Nova Escola para trabalhar a base alfabética e a escrita na sala de aula. O artigo falava da escrita de Deus no casco da tartaruga, as descobertas  do mundo em uma criança  em fase de alfabetização, letramento e desvendamento do mundo.
Para essa criança, o pai dela falava que  os segredos do mundo estavam escritos nos cascos das tartarugas. No desenvolvimento da leitura, a criança descobria que para cada pessoa há um elemento onde há a escrita de Deus para os que creêm.
Nesse dia, um tio de uma aluna havia falecido. Ele faleceu em serviço, pois adormeceu  no volante e a carreta que dirigia bateu.Deixou duas crianças pequenas.A sobrinha estava inconsolável.
Na oração inicial, pedimos a intercessão de Jesus para consolar o coração da criança. Eu a olhava, e me doía o coração, pois para uma criança,  a morte é algo inconsolável.
Nesses momentos, a laicidade da Escola não é providencial.Como você vai consolar o coração de uma criança que acabou de perder um tio querido explicando a teoria da evolução de Darwin, ou que nas fases da vida , vem a morte e pluft!?!
Na roda da leitura, por acaso ou coincidência, li o livro de Patrícia Enggel Secco, "O segredo das borboletas" que falava de uma menina, que era xará da garotinha e que aprendera a dançar ballet, pelo sua alta sensibilidade sensorial, já que era desprovida da visão.

Foi um tema em que eu pude falar da missão de cada um na terra, sobre as nossas deficiências e limitações.
Tudo o que falei pareceu consolar o coração da criança. Daí a pouco, a amiga dela disse que a menina  estava ouvindo o tio.
Continuei a escrever na lousa, procurei amenizar , não alardear e não dei ênfase ao ocorrido. Olhei para a menina e ela estava de cabeça baixa, parecendo estar de fato, ouvindo alguém.
Dentro de cinco minutos, ela se levantou e veio até mim, sorrindo, e me disse no ouvido:
__ O meu tio falou que é para eu parar de chorar que ele quer ir embora.Disse que ele quer ir embora e veio aqui para me ver mais uma vez. Pediu que eu a obedesse e continuasse a fazer o bem.ele me disse que para mim a vida continua e que eu vou esquecê-lo. Eu vou fazer a lição, não se preocupe comigo, eu vou esquecer que meu tio morreu.
A fala dessa criança é  escrita de Deus na minha vida.
Involuntariamente, sempre tenho que falar de Deus para as crianças, da Salvação que há em Jesus Cristo.
Posso dizer que Deus escreve na minha vida nas faces alegres, ansiosas, doloridas das minhas crianças.
 E que a escrita de Deus para mim, também estava no casco das tartarugas.
Porque Deus escreve. E a escrita de Deus silencia todas as outras, as imperfeitas e as perfeitas.
Preocupo-me com a regra do Estado laico,de não divulgar éticas religiosas na sala de aula.Mas o cotidiano traz Deus e o mistério da morte e da vida nos olhos ainda esperançosos daquelas crianças a quem o mundo não destruiu.
E eu me renovo nelas e para elas.
Das coisas que a minha querida criança falou, pode haver imaginação ou uma alto consolação.mas eu creio que é mais do que isso. É a escrita de Deus.








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