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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dos encontros e dos amores


DOS ENCONTROS E DOS AMORES




Não meço as pessoas pelos títulos que tem e nem pelo tanto de dinheiro que tem em suas carteiras.

Eu as meço pelo sentimento que trazem em seus atos, palavras e posturas.

Acredito no respeito entre elas e na consideração que possam ter uma das outras.

A minha postura nem sempre foi assim. Houve um tempo em que acreditava que poderia resolver os problemas usando de rispidez quando a situação se tornasse insustentável.

Hoje sei que é no espírito de mansidão que terei a solução dos meus conflitos.

Aprendo a cada dia que o amor resolve tudo.

Quando se fala em amor, é em uma postura de respeito ao humano, consideração e espírito de servir ao outro, como Jesus, ao lavar os pés dos seus discípulos.

Construindo o meu espírito de educadora.

Isso faço o tempo todo, procurando ouvir mais do que falar.

As respostas não vêm prontas. O professor não está pronto.

Quero me lembrar de uma expressão que ouvi tempos atrás: amor ágape;

Amor altruísta, condicional.

Talvez o amor das irmãs de caridade cuja vida é um servir contínuo ao próximo.

Amor traduzido em atos, não a melodramas.

Encontro de almas, de pessoas que nunca terão um efetivo laço de convivência física, mas que tem uma ligação espiritual que as permita ser educador e educando.

Cecília Meirelles é assim para mim. Sou muito sensível a sua arte poética.

Na poesia “Mosquito escreve” que as crianças adoram, ela trata a aprendizagem de uma forma lúdica, inclusiva e acessível, tirando a angústia da criança e o medo de não aprender, décadas antes de inventarem o conceito de educação inclusiva.

Por esse contexto, posso dizer que não tenho medo de amar e de incluir a possibilidade dos afetos em um mundo materialista como o nosso.

Eu me sinto próxima de autores contemporâneos e sou imensamente grata a tudo o que me acrescentam com suas belas palavras.

Amor, para mim, não é aquela coisa vulgar de encontros biológicos, onde há a banalização do sensual.

Amor é algo mais infinito, é uma fusão de almas dentro do mesmo campo sensório;

Amor é interesse de alimentar o espírito na sabedoria, beleza, de uma alma evoluída que se entrelaça com a outra no ballet da vida.

Quanto ao orgânico, ao biológico, há um tempo para tudo.

Nem sempre amores devem ser traduzidos em encontros físicos.

Isso banaliza, perde o encanto.

Mas enquanto houver a possibilidade de encontros de almas, mesmo que o nosso aparelho sensório e psíquico não consiga absorver e assimilar, ou entender, o conhecimento acumulado vai se disseminar em espiral, e novos aprimoramentos de almas vão se realizando.
Serão distribuídos de acordo com as inteligências dos sujeitos.

Howard Gardner diria que a minha inteligência está entre a lingüística e a musical, no conceito de inteligências múltiplas.



E em todas essas teias reflexivas eu resgato a principal: na nossa imortalidade, estamos sempre nos encontrando.

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