Percebi o quanto de pejorativo tinha nas palavras que PEB I é a faxineira da Educação.
No contato com os pares percebo que a valorização do PEB I está longe da realidade,e se somos obrigados a duplas ou triplas jornadas, se precisamos fazer cursos extracurriculares, obrigatório para fins administrativos, entendo que PEB I pode ser considerada a classe mais vulnerável da profissão, como se ser professor fosse um serviço humilhante e humilhador.
Não vou detalhar as injustiças que ando sofrendo pois seria chover no molhado. Todos os PEB I, em maior ou menor grau, precisam se manter calados, pois o sistema pode puni-lo com a demissão.
Nas salas de professores, murmúrios de irritação contra as exigências de um sistema que cada vez mais se afunila, ficam só ali.
Os anseios da APEOESP são verídicos mas não podem sair do papel.
Precisamos preservar os nossos empregos.
O que me deixa mais triste é saber que quando um de nós alcança cargos mais altos é somente para perpetuar as injustiças, as crueldades, o pouco caso com a essência humana de todo professor ou professora.
E se podemos ser comparados a faxineiros é porque nessa limpeza de professores da classe trabalhadora do quadro, exorcizamos todos os demônios de mandantes que sutilmente eterniza a Educação do manda quem pode, obedece quem tem juízo.
E se eu paguei com o meu serviço a minha resistência em mudar para São Paulo para mim fica a lição que até os juncos tem que se dobrar e se eu não me dobrei eu tive que quebrar.
E que de acordo com a lógica da derrota, fica a tristeza insuperável em saber que democracia, educação para a liberdade e autonomia são apenas palavras bonitas.
Preciso refletir muito antes de votar.E se todo brasileiro refletisse não votaria na pessoa errada. Com muito sangue e dor, alcançamos um relativo estado de igualdade ainda que essa igualdade seja uma pseudo igualdade.
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