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domingo, 12 de julho de 2009

Até breve, Michael Jackson

Pensei que não fosse capaz de escrever sobre Michael Jackson. A sua morte bateu dentro de mim como se eu tivesse perdido alguém da minha família.
Não porque fosse famoso e rico, pois eu não ligo muito para essas coisas.Michael era alguém com quem eu me identificava,dentro da sua luta em externar o que sabia... Um personagem construido à imagem e semelhança da indústria fonográfica mas que mantinha a sua identidade, mesmo quando isso não parecia possível.
Quando não pode mais manter a identidade de ser ele mesmo, ele se perdeu. Mataram-no.
Não importa muito se foi naquele dia fatídico, pois ele já estava morrendo quando começou a se alienar e querer ter a aparência dos dominantes.
Naquele dia, o ato foi consumado.
Está em Michael muitas referências do massacre que o mundo capitalizado e globalizado faz da identidade de uma pessoa.
Ser branco, rico e ateu talvez fosse seu objetivo.
Michael não tinha religião. Michael não tinha quem se importasse verdadeiramente com ele. Michael era uma mina de ouro.Michael era só, atrás daquela estrutura que construíu para se proteger e se defender do mundo.
Uma parte de Michael era Peter Pan. Uma criatura produzida e inventada.
Seus filhos não vieram de sua semente. Talvez porque disseram a ele que a sua semente não era boa o suficiente.
Uma parte de Michael era aquele garoto de cabelo crespo e pele escura, com inacreditáveis olhos inocentes , meigos, assustados e cansados.
Michael era vítima da INVEJA ALHEIA.
Michael era inacreditavelmente doce.
Só essa parte de Michael que eu quero ver.
Sei que ele vai ser eterno dentro do coração daqueles que realmente o amavam.
A sua pretensa morte, o seu enterro e o seu velório foram teatrais. Um teatro de sombras, um jogo de espelhos.
Eu ainda torço que você possa se encontrar, Michael, dentro de uma realidade em que você possa ser você.
Sem medo .

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