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domingo, 11 de março de 2012

Self or don´t self Subjetividades contemporâneas




Estudar a subjetividade contemporânea tem sido árduo. Pesquiso a respeito do assunto para fins particulares.
Como busco um contexto real para as minhas produções, quero me remeter aos dias que eu fui a uma psicóloga na qualidade de paciente, em caráter experimental, porque sabia que eu queria fazer essa Pós e eu sempre gosto de sentir os dois lados da moeda.
A minha querida psicóloga a quem chamarei de Aline, só resgatou da minha personalidade, do meu self, aquilo que eu permiti que ela captasse.
Talvez esse controle seja uma mera ilusão, talvez ela tenha visto em mim até as minhas intenções, não que eu não tenha problemas, mas consigo lidar com eles.
Estranhamente, eu captei naquele consultório tudo o que eu li posteriormente  num texto de Anna Maria Bock, uma Psicologia fria, fragmentada, centrada em resultados financeiros , a "superioridade" e a condescendência  inevitável do profissional.
Me senti tratada como uma criança e entrevi, nas suas ações e gestos a meticulosidade da higienização de seu consultório, como se o mundo fosse uma grande sala impessoal de lidar com pessoas problemáticas.
Foi um saldo positivo,onde,na anamnese resgatei algum self que tinha ficado preso no passado, e curei a criança interior.
A mesma coisa acontece quando eu vou as Igrejas.Analiso, pondero, comparo, não me deixo a vontade.
Enfim, a minha subjetividade já foi bem revelada e vou relatar uma pesquisa sobre grupos de Internet para resgatar a subjetividade contemporânea.
Jameson tem uma visão positiva, conquanto Bauman e Sennet gostam de trabalhar com grupos marginalizados.
Mas a pesquisa de Jameson,relatada por Romão et all, mostrou uma subjetividade contemporânea esquizofrênica, fragmentada, superficial,apegada a verdades relativas.
Trazendo a esquizofrenia como metáfora, múltiplas personalidades, externando intensidades numa anamnese de discursos.
Para a pesquisa, foram entrevistados dois grupos que revelaram o seguinte:
Grupo 1:

  • Sentiram falta do "olho no olho"
  • Sentiram falta de relações interpessoais
  • Consideraram as experiências frustrantes
  • Se sentiram diferentes dentro e fora da Rede
Grupo 2:

  • Criaram diversos nicknames;
  • Não se incomodaram com os personagens criados
  • Apresentaram duplas personalidades
Os autores concluíram que a subjetividade do sujeito contemporâneo é patológica.
Os sujeitos esbarram nas velhas formas de linguagem cristalizadas de  olhar o mundo, apesar de terem uma realidade do tipo matrix.
Concluíram que descrever o sujeito moderno foi mais fácil do que descrever o sujeito contemporâneo.



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