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quarta-feira, 27 de julho de 2011

O padre e a moça


O Padre e a Moça

Existem elementos rompendo a Ordem estabelecida desde a infância, que observei ocorrer na minha vida.
O padre, que me batizou na Igreja Católica, na idade de 07 anos de idade alguns anos depois, abandonou a batina para se casar.
Hoje, ao ver uma relação afetiva possível entre um padre e uma paroquiana  acontecer em uma Novela global, imagino que a subversão e a inversão de valores, talvez para dar IBOPE, seja marca registrada nas novelas.
Nesse tempo de padres cantores, padres showmans, alguns pedófilos, me imagino no lugar de uma criança.
Quando eu fui batizada, os valores que permeavam a minha vida eram bem rígidos e estabelecidos não por uma religião evangélica repressiva, mas pela própria Igreja Católica.
Quando o Padre se casou, começou a correr na área rural boatos e lendas sobre a maldição estabelecida sobre padres que casam e mulheres que se apaixonam por eles.
Antes disso, eu já estava desconfiada da falibilidade dos preceitos humanos, entre o sagrado e o profano, porque a minha catequista tinha ido fazer a aula de catecismo com uma baita mancha roxa no pescoço, resultado da paixão do seu namorado.
Quando o Padre se casou, eu desenvolvi um ceticismo sobre os valores religiosos e a minha revisão sobre os dogmas da Igreja começaram a partir daí.
Comecei a especular as frases que eu lia no Apocalipse, e relacioná-las as idéias do Deus bom e misericordioso que a catequista me mostrava.
Eu tinha medo do fim do mundo na época e achava que o mundo iria acabar de um momento para o outro.
E ficava magoada com Deus, porque se Ele era Bom e Misericordioso, porque Ele iria destruir o mundo?
Uma criança no mundo de hoje, bombardeada por todos os lados pelo sagrado e pelo profano, deve sentir-se muito confusa e estabelecer as bases para a construção sadia da sua Identidade, deve ser a coisa mais complicada para ela.
No meu tempo, os valores eram rígidos: “homem com homem dá lobisomem”, “mulher com mulher dá bicho no pé”.
Mulher que casa com padre vira mula-sem-cabeça.
As crendices populares, temperadas pelo sincretismo religioso, dogmas, rituais de exorcismo, mediunidades no Centro Espírita, Entidades descendo no terreiro de umbanda. São coisas que eu vivenciei.
Tudo eu observei e tirei de todas essas experiências, o que eu considero o mais importante: a Salvação em Jesus Cristo, que não é uma alegoria, um mito, uma construção humana;
Respeito todas as religiões e me reservo em fazer de meu coração um templo para o Sagrado, que transcende as meras construções humanas, evitando determinadas situações.
Gostaria de fazer um alerta para os autores de novelas, pelos excessos que vem cometendo nas suas novelas para alavancar a audiência a todo custo.
Os adultos conseguem lidar com a situação e fazer as devidas distinções do que é real e o que é imaginário.
As crianças, essas não.
Para combater a Homofobia, não precisamos produzir um comportamento apto a homossexualidade, quase como uma tendência.
Parto do princípio que o nosso construto vem em parte do que herdamos em nosso lar, e em parte o que o meio nos acrescenta.
Os abusos que a Globo vem cometendo, traz, por  por último, a relação possível entre um padre e uma paroquiana.
Como ficará a cabeça de nossas crianças?
O mundo  será para a criança um lugar possível para que ela construa valores tão necessários a sua sanidade e personalidade?

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