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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Debates

Um muro que me separa das minhas aspirações




Essa fala é do candidato do PSOL no último debate intermediado por William Bonner.

É uma fala pontual.

Nem mesmo a Marina Silva conseguiu dimensionar com seu discurso, a vala que nos separa dos nossos direitos legítimos pelo muro segregacionista.

Plínio também acertou ao falar que os outros candidatos representam a hegemonia política e capitalista.

Nesse modelo há pontos convergentes e divergentes.

Quando Marina fala que é um momento histórico por ter a possibilidade de ter duas mulheres disputando o segundo turno, ela não se refere a abrangência que direitos também dizem respeito as injustiças sociais de classe e não apenas de corpo social.

Não existe vantagem se o cargo da Presidência representar o poder feminino, se elas as mulheres, não estiverem compromissadas com a diminuição da desigualdade social, imensa e absurda.

Não haverá vantagem se uma das mulheres for uma marionete nas mãos de um aspirante a Ditador, que deve ser encarado como tal se formos observá-lo pela sua postura.

Não haverá vantagem se uma das mulheres for vítima do desrespeito da Identidade cristalizada que sempre associou uma figura parda ou morena ou preta, a cargos menores e braçais.

Outro dia, em um programa humorístico uma das mulheres foi identificada como uma serviçal doméstica: Vote em sua faxineira.

E tudo isso é preocupante, a medida que um candidato se vale das bolsas esmolas que o governo garante para a sobrevida de milhares de brasileiros e de brasileiras para ser carro chefe propagandístico de sua campanha.

Esse dinheiro é importante, reconheço. Mas é mais importante fornecer ao pobre uma educação de qualidade para que ele possa pescar o peixe, e não ganhar de esmola.

Pois se a renda for distribuída, assim, uma pequena quantia mensal para calar a boca dos famintos e um salário altíssimo para políticos que usam o dinheiro público para suas viagens e benesses tem um retrato de um Brasil triste, colonizado pelos piores homens e mulheres deportados para cá.

Marina é professora de História. Ela conhece essa pobreza bem mais do que eu.

Relaciono esse momento histórico a algumas definições legislativas do Plano de Carreira do município de Assis, que será aprovado, pois é a nossa última chance de termos um plano a nos beneficiar ou a nos danar.

Cargos de confiança para supervisores, diretores e coordenadores. Ponto. Não há mais provas e títulos.

Professores que não ampliam jornada trabalham mais para ganhar um terço a mais, por quarenta horas prestadas.

Uma diferença mínima no salário, e fica tudo igual, pois com essa alta, o cartão alimentação será tirado.

Na linguagem popular, são duzentos e poucos a mais em um salário defasado.

Mensurar a capacidade da professora e do professor. Defini-lo com não tendo perfil pedagógico. Tirar a sua sala de aula.

Pois no final, quem vai ganhar a promoção salarial por mérito e garantir a sua vaga, são os queridinhos dos que ocupam cargos de confiança.

E pessoas questionadoras, perplexas em face de uma realidade horrível, vão catar coquinhos ou vender balas no sinal.

Quem não puxa o saco, está fora.

Absurdos.

Grosso modo, é o que está por trás dessas mudanças.

Plínio tem razão.

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