Um muro que me separa das minhas aspirações
Essa fala é do candidato do PSOL no último debate intermediado por William Bonner.
É uma fala pontual.
Nem mesmo a Marina Silva conseguiu dimensionar com seu discurso, a vala que nos separa dos nossos direitos legítimos pelo muro segregacionista.
Plínio também acertou ao falar que os outros candidatos representam a hegemonia política e capitalista.
Nesse modelo há pontos convergentes e divergentes.
Quando Marina fala que é um momento histórico por ter a possibilidade de ter duas mulheres disputando o segundo turno, ela não se refere a abrangência que direitos também dizem respeito as injustiças sociais de classe e não apenas de corpo social.
Não existe vantagem se o cargo da Presidência representar o poder feminino, se elas as mulheres, não estiverem compromissadas com a diminuição da desigualdade social, imensa e absurda.
Não haverá vantagem se uma das mulheres for uma marionete nas mãos de um aspirante a Ditador, que deve ser encarado como tal se formos observá-lo pela sua postura.
Não haverá vantagem se uma das mulheres for vítima do desrespeito da Identidade cristalizada que sempre associou uma figura parda ou morena ou preta, a cargos menores e braçais.
Outro dia, em um programa humorístico uma das mulheres foi identificada como uma serviçal doméstica: Vote em sua faxineira.
E tudo isso é preocupante, a medida que um candidato se vale das bolsas esmolas que o governo garante para a sobrevida de milhares de brasileiros e de brasileiras para ser carro chefe propagandístico de sua campanha.
Esse dinheiro é importante, reconheço. Mas é mais importante fornecer ao pobre uma educação de qualidade para que ele possa pescar o peixe, e não ganhar de esmola.
Pois se a renda for distribuída, assim, uma pequena quantia mensal para calar a boca dos famintos e um salário altíssimo para políticos que usam o dinheiro público para suas viagens e benesses tem um retrato de um Brasil triste, colonizado pelos piores homens e mulheres deportados para cá.
Marina é professora de História. Ela conhece essa pobreza bem mais do que eu.
Relaciono esse momento histórico a algumas definições legislativas do Plano de Carreira do município de Assis, que será aprovado, pois é a nossa última chance de termos um plano a nos beneficiar ou a nos danar.
Cargos de confiança para supervisores, diretores e coordenadores. Ponto. Não há mais provas e títulos.
Professores que não ampliam jornada trabalham mais para ganhar um terço a mais, por quarenta horas prestadas.
Uma diferença mínima no salário, e fica tudo igual, pois com essa alta, o cartão alimentação será tirado.
Na linguagem popular, são duzentos e poucos a mais em um salário defasado.
Mensurar a capacidade da professora e do professor. Defini-lo com não tendo perfil pedagógico. Tirar a sua sala de aula.
Pois no final, quem vai ganhar a promoção salarial por mérito e garantir a sua vaga, são os queridinhos dos que ocupam cargos de confiança.
E pessoas questionadoras, perplexas em face de uma realidade horrível, vão catar coquinhos ou vender balas no sinal.
Quem não puxa o saco, está fora.
Absurdos.
Grosso modo, é o que está por trás dessas mudanças.
Plínio tem razão.
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