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domingo, 1 de novembro de 2009

Síndrome de Bournot



Descoberta na década de 70 por um psiquiatra inglês, a burnout, referência a “consumir-se de dentro para fora”, se caracteriza pelo estresse crônico vivenciado principalmente por profissionais que lidam com dificuldades alheias, como médicos e professores, jovens em início de carreira e operários.
Mas ninguém está imune. Segundo o psicanalista Chafic Jbeili, especialista no assunto, a síndrome se inicia com o desânimo e a desmotivação com o trabalho e pode culminar em doenças psicossomáticas, levando o profissional a faltas frequentes, afastamentos e até à aposentadoria por invalidez
“Descobri que tinha a síndrome a partir de uma crise de asfixia. Fiquei internada por 3 dias. O diagnóstico foi crise nervosa”, conta a professora afastada Mara Rubia, de 40 anos.
Ela lembra que o pesadelo começou com o comportamento inadequado dos diretores da escola onde trabalhava: “Eles queriam disputar poder e humilhavam os funcionários.
Tenho pesadelos diariamente. Não passo em frente aos colégios com medo de encontrar os diretores e, pior, perdi o total interesse pelo magistério.
Jbeili diz que os professores estão entre as maiores vítimas da burnout, porque saem da faculdade querendo “mudar o mundo” através da educação, e quando se deparam com a realidade se frustram muito
“As condições de trabalho são precárias. Segundo pesquisas recentes, mais de 43% dos professores da rede pública apresentam sinais da síndrome de burnout”, aponta.Sonia Maria Tavares também viveu o desgaste na pele. Como psicopedagoga, aceitou um trabalho que envolvia crianças e adolescentes em situação de risco atraída pelo alto salário, mas acabou pagando com a saúde.
Ela conta que quando completou 6 meses no emprego tinha se tornado amarga, tratava os colegas com frieza e chegou a pagar pessoas para desempenhar suas funções: “Eu comecei a faltar, não dormia direito, vivia angustiada” Sonia procurou ajuda psicológica e reuniu forças para mudar de emprego.
Mônica Amaral de Oliveira, consultora de recrutamento e seleção, diz que as empresas precisam entender que garantir a qualidade de vida do trabalhador é garantir o rendimento. “Há empresas hoje com salas de massagem ou academia para os colaboradores se desligarem por um tempo.

O investimento garante a saúde dos funcionários e, consequentemente, mais rendimento”, diz. Ela explica que, para não estressar, é importante ver o trabalho como apenas uma das tarefas na vida. E dá uma dica preciosa: “É preciso ser comprometido, mas também pensar em si”.

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